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Campo

Foto: Divulgação

O produtor rural tem um forte aliado no combate às doenças no seu rebanho: a vacina, substância que tem fim preventivo. Mas é preciso ficar atento, pois se mal manuseada a vacina pode ter sua eficácia reduzida à zero, desperdiçando o tempo e o dinheiro do pecuarista, e deixando os animais vulneráveis. Cuidados com a conservação e transporte da vacina garantem um aproveitamento total da imunização contra brucelose, febre aftosa e raiva, doenças que fazem parte dos Programas de Controle do Sistema de Defesa e Sanidade Animal.

A médica veterinária e coordenadora de Sanidade Animal da Adapec – Agência de Defesa Agropecuária, Marilene Nesso, explica que para a conservação do produto o mesmo precisa ser transportado em caixa de isopor com gelo, em temperatura que varie entre 2ºC e 8ºC. O pecuarista também deve dar preferência pela vacinação logo no início do dia, evitando a incidência de raios solares na vacina o que pode modificar sua composição. “Além disso, todas as vacinas devem ser aplicadas na tábua do pescoço do animal, de forma intramuscular ou subcutânea, sob a pele”, conta.

O manejo das agulhas e seringas também merece muita atenção. A cada dez aplicações, a agulha deve ser trocada por uma nova, caso contrário os animais podem apresentar caroço ou calombo. “Se a agulha estiver suja ou contaminada pode até causar infecções, levando ao surgimento de feridas com secreção. Então, recomendamos que antes do uso, as agulhas sejam desinfectadas com água fervente e limpa ou com iodo”, diz a médica veterinária.

A espessura das agulhas é outro detalhe a ser observado. Muito fina pode entortar, quebrar ou entupir e muito grossa pode permitir o refluxo da vacina de dentro do animal para a seringa, prejudicando a imunização. As melhores são de 15x15, 15x18, 20x18 ou 20x20 milímetros, dependendo do tamanho do animal.

Brucelose

Todas as fêmeas com idade entre 3 e 8 meses devem receber a dose da vacina B19. Mas por causa dos riscos de contaminação com o produto, que é feito com a bactéria Brucela, a imunização deve ser realizada por um vacinador capacitado e sob a responsabilidade de um médico veterinário da iniciativa privada que seja cadastrado na Adapec. “É necessário também que o vacinador tome certas precauções, como o uso de óculos de proteção, luvas e descartar seringas e frascos de vacinas após a utilização”, diz o gerente do programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose, Márcio Pedrote.

O animal deve ser imobilizado e receber a B19 na região do pescoço, em via subcutânea, ou seja, entre a pele e o músculo. Depois de imunizado, o animal recebe uma marca na cara, o V de vacinado e o algarismo final do ano correspondente a vacinação, por exemplo, o 9 de 2009, ficando V9.

Febre Aftosa

Menos perigosa, mas não menos importante é a vacinação contra Febre Aftosa, obrigatória em todos os bovinos e bubalinos, independente da idade. Aplicada semestralmente, a vacinação deve conter cinco mililitros do medicamento. O aparecimento de um pequeno caroço é normal e o produtor não deve deixar de vacinar o rebanho por causa disso. “É uma inflamação comum provocada pela reação imunológica do animal e passa com o tempo. Se for um caroço grande aí já se trata de uma infecção e deve ser verificado”, conta a médica veterinária, Marilene Nesso.

No Tocantins, as campanhas de vacinação contra antiaftosa ocorrem nos meses de maio e novembro e os produtores devem comprovar a imunização nos escritórios da Agência, espalhados nos 139 municípios do Estado.

Raiva

A vacinação contra a raiva é recomendada em locais onde há alta incidência da doença. Deve ser adotada em bovídeos (bovinos e bubalinos), eqüídeos, caprinos e ovinos com idade igual ou superior a três meses. A dosagem é de dois mililitros por animal. Os animais que receberam a primeira vacina devem ser revacinados em 30 dias, já o restante pode receber nova dose, no máximo em 12 meses.

Caso o animal apresente os sintomas da raiva, como salivação em excesso e perda dos movimentos das pernas, deve ser sacrificado. Paralelo a vacinação, o produtor deve informar a Adapec sobre a existência de morcegos hematófagos, principal transmissor da doença. Técnicos da Agência vão às propriedades, acompanham as vacinações e fazem o controle populacional do morcego, sem nenhum custo ao produtor.

Fonte: Ascom Adapec