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Opinião

Foto: Divulgação

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Em uma conversa informal com este articulista na noite de ontem, terça-feira, 19, durante sessão solene da Câmara Municipal de Palmas, realizada no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e que homenageou o ex-governador José Wilson Siqueira Campos e o ex-prefeito de Palmas, Fenelon Barbosa Sales, o deputado estadual Stalin Bucar (PSDB) afirmou que a oposição está conversando com o objetivo de articular a instauração de uma CPI para investigar as graves denúncias de corrupção que assolam o governo Marcelo Miranda (PMDB).

O problema é que a oposição precisa da assinatura de 1/3 dos 24 deputados, ou seja, 8. Mas a bancada está completamente fragilizada e se resume a 6 integrantes. No início da legislatura eram 10 os opositores eleitos na Assembleia Legislativa (AL), contudo, com o andar da carruagem alguns foram sendo cooptados pela força marcelista na Casa.

Fabion Gomes que este ano assumiu como prefeito de Tocantinópolis, eleito deputado pelo Partido da República, foi o primeiro a vender seu passe ainda no início da legislatura. Em seu lugar assumiu o pastor Pedro Lima (PR), que tratou logo na entrada de se abrigar debaixo das asas do Palácio Araguaia para usufruir de suas benesses miúdas. Outro que também vendeu seu passe para o Palácio Araguaia logo no começo da legislatura foi José Viana (PSC), representante da castigada região sudeste do Estado, sem projetos e ações de governo.

Recentemente os vendilhões foram Raimundo Palito (PP) e Amélio Cayres (PR). Estes dois contribuíram definitivamente para o enfraquecimento da oposição e consequentemente para jogar uma pá de cal em pretensões que possam fazer valer uma maior fiscalização do atual governo e defesa dos interesses da penalizada população do Tocantins.

A Casa de leis do Estado ainda conta com dois representantes do PT, que recentemente tomou a decisão, depois de ampla discussão com suas bases, de se declarar oposição ao governo Marcelo Miranda, preservando, contudo, as relações com o PMDB, partido do governador. Como isto se dá, não se sabe.

Um destes petistas é o deputado Manoel Queiroz, um fisiologista que se apequena e não tem vergonha de chamar Brito Miranda, pai do governador e uma espécie de primeiro-ministro do governo, de “meu padrinho”. Isto em praça pública. Uma completa falta de senso de ridículo. Aliás não se sabe porque o PT ainda não tomou uma decisão mais firme com relação a este deputado.

Solange Duailibe é a outra representante petista na Casa, que embora atuante em prol das causas populares, assume uma postura branda quando se trata do governo, talvez por não querer criar quizila com setores do PMDB que mantém afinidade e interlocução com o prefeito petista da capital e seu esposo, Raul Filho.

Diante do quadro colocado a tarefa da oposição é árdua e podem apenas ficar falando às paredes, esperando e torcendo para o fim de um governo altamente predatório e melancólico para a população que lhe deu crédito.

Uma esperança da oposição para mudar o estado soturno que se abateu sobre o Tocantins é o julgamento do Rced 698 movido pelo ex-governador e candidato derrotado da eleição passada, Siqueira Campos, que pede a cassação de Marcelo Miranda. Mas, até este recurso, vai sendo empurrado pela barriga pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O julgamento do processo de cassação de Marcelo Miranda, que era considerado o próximo da fila, tendo sido noticiado inclusive pela edição eletrônica da revista Veja para os próximos dias, ficou para mais tarde. O TSE marcou para o dia 26 de maio o julgamento do processo da coligação "Salve Santa Catarina" que busca a cassação do governador daquele Estado. Enquanto isto ninguém aparece para salvar o Tocantins, nem no TSE, nem na AL. É esperar para ver.

(Umberto Salvador Coelho)