Representantes do Consórcio Estreito Energia (Ceste) estiveram reunidos com lideranças dos municípios de Aguiarnopólis, Barra do Ouro, Carolina, Estreito, Filadélfia, Goiatins, Itapiratins, Palmeirante, Palmeiras do Tocantins e Tupiratins, no período de 11 a 15 de maio, para a reunião temática e preparatória dos comitês de co-gestão, instrumento de comunicação e interação entre a Usina Hidrelétrica Estreito e comunidades interferidas.
As reuniões tiveram como pauta o estudo das comunidades de peixes (Ictiofauna) no futuro reservatório da UHE Estreito, assunto que foi apresentado pelo pesquisador e professor de ictiologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gustavo Nunan, contratado pelo Ceste para desenvolver a pesquisa.
O programa de Conservação da Ictiofauna é um dos programas ambientais desenvolvidos pelo Ceste e inclui seis subprogramas: estudos da comunidade de peixes; identificação de áreas de desova e criadouros naturais; rotas migratórias da icitofauna; resgate e salvamento da ictiofauna; adequação e avaliação da atividade pesqueira e transposição de peixes. “Por meio da pesquisa saberemos a situação da pesca e da ictiofauna da região. Teremos dados científicos do cenário dos peixes do rio Tocantins e como o estoque de peixe está sendo explorado pelos pescadores”, enfatizou Nunan.
Para desenvolver o estudo das comunidades de peixes será realizado um inventário das espécies em 11 estações de amostragem ao longo do rio Tocantins, que serão monitoradas por uma embarcação que está em construção em Carolina (MA) e funcionará como um laboratório flutuante.
Os pesquisadores usarão conjuntos de redes, marcados com os pontos, por meio de GPS, onde serão coletados os peixes e, posteriormente, pesados, identificados e feitos os estudos da dieta do peixe, assim como os estudos de reprodução.
Durante sua explanação, o professor Nunan explicou aos membros do comitê que não existe tecnicamente e cientificamente qualquer motivo que venha a proibir a pesca durante o enchimento do reservatório. Entretanto, o pesquisador deixou bem claro que quem delibera sobre isso é o Ibama.
De acordo com Nalva Braga, coordenadora do Instituto de Apoio ao Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental de Palmeiras do Tocantins (Idep), o comitê de co-gestão é uma forma muito importante e democrática dos representantes das entidades do município estarem participando com o Ceste das ações desenvolvidas pelo empreendimento. “Os comitês são a voz da comunidade. Achei pertinente essa pauta da pesca, pois esclarece as dúvidas”.
Os comitês de co-gestão foram constituídos por pessoas que exercem liderança nas comunidades e são de caráter consultivo. Além de tratar da ictiofauna, as reuniões abordaram as pautas das próximas reuniões ordinárias do comitê de Co-gestão, que contará com a presença do Ibama, órgão responsável pela coordenação das reuniões.
Fonte: Assessoria de Imprensa UHE Estreito