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Foto: Divulgação

O Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia, desenvolvido pelo Sebrae e parceiros na Região Norte, vem superando as expectativas de preservação da espécie por meio da criação do peixe em cativeiro para exploração comercial, reduzindo substancialmente a pressão sobre os estoques naturais. Além disso, apresenta resultados sociais concretos, através da geração de emprego e renda para populações tradicionais. A avaliação foi feita pelo diretor superintendente do Sebrae/To, Paulo Massuia.

Esse quadro positivo chamou atenção de pesquisadores de outros países, tanto é que uma missão integrada por três professores do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro de Portugal, esteve no Tocantins no último dia 20/06, com o objetivo de conhecer a tecnologia de produção que está sendo desenvolvida no projeto. A missão teve como principal foco a possibilidade de desenvolvimento de uma tecnologia de processamento do pirarucu, mais especificamente da "salga", pela Universidade de Aveiro, que tem know how na área de beneficiamento de bacalhau. A visita dos professores foi possível por meio de um convênio entre a Universidade portuguesa e Universidade Federal de Tocantins (UFT).

Os professores Amadeu Soares, Carlos Barroso e Mario Pacheco foram acompanhados pelo diretor superintendente do Sebrae/TO, Paulo Massuia e pelos técnicos da instituição Alessandro Coelho e Gilberto Noleto, além de técnicos da UFT e governo do Estado, e do mestre em aqüicultura, Eduardo Ono. Eles visitaram o Centro de Produção e Pesquisa de Peixes Nativos da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado (Seagro), em Palmas.

No Centro de Produção eles tiveram contato com exemplares do pirarucu e conheceram os tanques onde os peixes estão sendo desenvolvidos e pesquisados. Após, a missão seguiu com destino a Brejinho de Nazaré, onde os professores visitaram a Fazenda São Paulo e foram recebidos pela proprietária Miyuki Hyashida. A fazenda é referência em aquicultura no Estado, e é uma das unidades demonstrativas na criação do pirarucu em cativeiro.

Como trecho final da viagem, a equipe visitou a unidade demonstrativa de Aliança do Tocantins, a maior delas. De acordo com o professor Mario Pacheco, todos ficaram positivamente impressionados com o que viram. “A qualidade dos peixes desenvolvidos é de alto padrão e, agregando-se um processamento adequado, julgamos que será possível a criação do bacalhau brasileiro”, enfatiza o professor.

A intenção do Sebrae é poder desenvolver a técnica da salga e secagem do Pirarucu, que tem suas fibras com as mesmas características do bacalhau, aqui no Tocantins, tendo em vista que em Portugal a Universidade de Aveiro e o seu Departamento de Biologia têm uma relação estreita de estudos com os mais diversos setores de produção, salga e secagem do bacalhau e esse conhecimento será muito válido para os produtores.

Para o presidente do Conselho Deliberatvo do Sebrae/TO, Hugo de Carvalho, a produção de peixe, em especial do pirarucu da Amazônia, tem um imenso potencial comercial. “O peixe é citado sempre entre as mais saudáveis fontes de proteína animal, e o pirarucu encanta especialmente pela aparência, textura e pelo sabor, o que já garante ampla aceitação mercadológica. Agregando-se técnicas de processamento como esta, será possível vislumbrar até mesmo o mercado internacional", enfatiza o presidente.

Pesquisa

O Sebrae, juntamente com parceiros, desenvolve o projeto de criação do peixe pirarucu em três municípios do Tocantins, sendo eles Palmas, Brejinho de Nazaré e Aliança do Tocantins. Até agora os resultados obtidos indicaram excelentes rendimentos na criação deste peixe amazônico.

A pesquisa que iniciou em abril de 2007, tem como proposta pesquisar e desenvolver melhores alternativas que possibilitem a engorda do peixe, o aumento de reprodução em cativeiro, formas de manejo, e até mesmo verificar como seria sua comercialização. Os estudos realizados neste projeto serão concluídos em 2010.

De acordo com o gestor do projeto, o analista do Sebrae/TO Gilberto Noleto, os resultados tem surpreendido. "O que temos, hoje, é a confirmação de que a proposta do projeto superou a expectativa. Embora com períodos de engordas diferentes, a espécie tem ultrapassando os 10 quilos em todos os Estados", afirma.

Vantagens

O pirarucu destaca-se na culinária por ter carne saborosa e desprovida de espinhas. Segundo pesquisadores da espécie, o peixe é valorizado no mercado nacional e em países asiáticos. O aproveitamento é grande. O rendimento médio de carne do peixe é de 57% do animal. Além disso, o aproveitamento do couro é de 10% e podem ser empregados na produção de bolsas, sapatos e cintos.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sebrae