O deputado federal e ex-governador, Moisés Avelino (PMDB), assumiu nesta quarta-feira, 14, que vai pleitear a indicação do seu partido para concorrer ao mandato tampão de governador do Tocantins, caso se confirme ao final da fase recursal, prevista para acontecer em meado do próximo mês de agosto, a cassação do governador Marcelo Miranda (PMDB).
A declaração do ex-governador foi feita durante entrevista na rádio 96 FM no início da noite. Ele lembrou, entretanto, que o governador Marcelo Miranda ainda é o governador de fato e de direito, até o julgamento do último recurso.
Com o seu posicionamento, Avelino defronta o também peemedebista e presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Carlos Henrique Gaguim, que já se colocou como pré-candidato e tem o apoio, segundo informações de bastidores, de pelo menos 10 deputados.
Logo na semana posterior à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato de Marcelo Miranda naquela madrugada de 26 de junho, Gaguim esteve em Brasília onde manteve reuniões com o senador João Ribeiro (PR); com a senadora Kátia Abreu (DEM); senador Leomar Quintanilha (PMDB) e deputado federal, Osvaldo Reis (PMDB).
O presidente da Assembleia, que constitucionalmente assume por 40 dias o governo com a cassação e tem a função de conduzir o novo pleito de transição para o mandato tampão, foi em busca de apoio para viabilizar seu nome na provável eleição indireta que será realizada pelos deputados estaduais, mediante confirmação do TSE. Gaguim naquela semana não dissimulou em nenhum momento suas intenções.
Avelino, que por outro lado vinha trabalhando nos bastidores a indicação do seu nome pelo PMDB, esta semana, por pressão de aliados, resolveu descortinar suas intenções. Avalia uma fonte próxima ao ex-governador, que ele detém requisitos capazes de manter coesa a base governista. Alem do mais, avalia esta fonte, Gaguim transita livremente na oposição e há o receio de que ele vindo a ser o governador entregue na bandeja o Establishment político conquistado. Avelino já teria inclusive obtido o sinal verde de Marcelo Miranda. Juntos, os dois detém a ampla maioria dos votos do diretório do PMDB. Na eleição propriamente dita, Kátia Abreu também estaria propensa a apoiá-lo. O Democratas possui 4 deputados na Assembleia.
Na entrevista desta quarta-feira Avelino disse que respeita os deputados que entendem que o governo deve ser administrado por um parlamentar estadual, mas disse que o momento é delicado e é preciso fazer um pacto pela governabilidade até o ano que vem.
O ex-governador disse que dentro de um acordo de partidos faria o compromisso de não disputar a reeleição. Segundo ele, este compromisso já fez com sua família e amigos, e afirmou que não é recomendável que se antecipe o processo de 2010.
Diante da entrada em cena do ex-governador Moisés Avelino apenas uma coisa continua certa, o Democratas deverá negociar e fazer de tudo para emplacar a presidência da Assembleia Legislativa. É esperar para ver.
(Umberto Salvador Coelho)