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Campo

Foto: Luiz Tito
  • Foto - Augusto Barraque - Incaper

Embora apresente vantagens em relação à monta natural, a inseminação artificial ainda é pouco utilizada no país. Segundo uma estimativa da Associação Brasileira de Inseminação Artificial, apenas cerca de 6% dos criadores brasileiros aplicam essa técnica em suas propriedades. A difusão dessa tecnologia é pequena especialmente entre os pequenos criadores de gado leiteiro. O que muitos deles não sabem é que a inseminação pode até mesmo sair mais em conta do que de manter um touro na propriedade.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Carlos Frederico Martins, a manutenção de um touro exige cuidados, pois características anatômicas ou fisiológicas podem causar infertilidade. Até mesmo pequenos problemas de saúde, como uma dor de dente, podem deixar o touro desinteressado na monta. “Já a inseminação artificial tem a vantagem de proporcionar a escolha de animais superiores, uniformizar o rebanho e facilitar o controle de doenças”, explica.

Entre os recursos necessários para realizar a inseminação, está a construção de uma estrutura para prender o gado, a compra de um botijão de nitrogênio e do sêmen para a fecundação. A aquisição desses materiais exige um investimento inicial mais elevado, que pode ser rateado por diversos produtores. Eles podem adquirir um botijão comunitário, que pode ter uma vida útil longa, se for bem cuidado.

É preciso também investir em capacitação. Com um curso específico de inseminação artificial, qualquer pessoa pode realizar o processo. A Embrapa Cerrados oferece esse curso gratuitamente no Centro de Transferência de Tecnologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira (CTZL), que fica próximo ao Gama (DF). No local os criadores podem também obter orientações para a compra de sêmen e assim melhorar a genética de seu rebanho.

Treinamento - Além do curso sobre inseminação artificial, o Centro oferece aulas sobre higiene na ordenha, escrituração zootécnica, alimentação de gado leiteiro e fabricação de derivado de leite. A partir de novas reformas e adequação de sua estrutura, realizadas neste ano, o objetivo do centro é ampliar o atendimento aos produtores tanto da região, como de outros países. “O governo do Timor Leste e do Senegal já manifestaram interesse em nosso treinamento”, explica o supervisor do CTZL, Carlos Frederico.

Essas novas demandas podem ser explicadas pelas características ímpares do centro. Ele reúne em um só ambiente todos os elementos da cadeia produtiva, além de ser um espaço apropriado para treinamento, com restaurante, alojamento, auditório, entre outros. Oferecidos em parceria com a Emater-DF, os cursos são gratuitos e focados no pequeno produtor, que está começando nesse mercado.