Esta semana a reforma agrária voltou a ser debatida com mais profundidade, tanto pelo governo federal quanto pela opinião pública, e uma declaração do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel comprova o que vi de perto dias atrás.
Estive, recentemente, na região do sisal, na Bahia, participando de um intercâmbio do colegiado do Território da APA Cantão ao polo da Chapada Diamantina e ao polo de Valente.
Momento importante por conhecer experiências de turismo rural e ecológico, além da luta de um povo pelo desenvolvimento sustentável da região, mantendo-se no campo em condições dignas de vida.
Conheci dezenas de cooperativas e associações, que tem como missão o fortalecimento da economia familiar e seus empreendimentos, fomentando processos de desenvolvimento local integrado, sustentável e solidário na sua base de atuação, gerando milhares de empregos e movimentando milhões de reais na economia local, em forma de salários e compra de matéria-prima dos próprios agricultores.
Lá eles já possuem Fábrica de tapetes e carpetes de sisal, empregando em média 500 funcionários; Escola Família Agrícola; Fundo Rotativo com empréstimos aos pequenos agricultores, para investirem na propriedade; Laticínio da Cabra com produção de leite pasteurizado, iogurtes, doces e queijos; Pesquisa de tecnologias alternativas para o semi-árido entre outras diversas atividades sempre valorizando o agricultor familiar.
Ta certo que a luta e a organização foram iniciadas há quarenta anos, mas impressiona pela superação e a vontade de aproveitar o que a terra lhes oferece.
Conversando com alguns desses atores e, por unanimidade, pude extrair que existe um só pensamento entre eles, talvez a mola mestra do sucesso desses empreendimentos; o trabalho em conjunto para que cada um tenha cada vez mais.
Voltando para nossa realidade, senti que aqui falta muito para se chegar onde eles já estão. Será por quê?