Faltando mais de 120 dias para o início da campanha eleitoral 2010, o pré-candidato ao governo do Estado pelo PSDB, ex-governador Siqueira Campos, teria fechado um contrato com o marqueteiro Duda Mendonça no valor de R$ 20 milhões em negociação ocorrida em Palmas. Com estrutura digna de um 'astro pop', Medonça teve à sua disposição um jatinho e outros dois aviões de médio porte alugados por Siqueira - um gasto de cerca de R$ 150 mil. A missão para o marqueteiro: acabar com a imagem e a fama de “ditador” do velho Siqueira. A denúncia foi feita na Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira, 23.
No plenário, a antecipação da campanha eleitoral pelo lado do candidato tucano repercutiu negativamente e levou vários deputados à tribuna. Dentre eles o presidente da Casa, Júnior Coimbra (PMDB). “De onde está vindo este dinheiro?”, alfinetou o presidente, ressaltando que todo o gasto em campanha eleitoral vai ser acompanhada por aquela Casa de leis. ”Este dinheiro estava guardado nas malas desde o tempo em que era governador? Se for, é irregular. Se for dinheiro atual, de empresários, também é irregular”, disparou Coimbra.
Segundo o deputado estadual Stalin Bucar (PR), o primeiro a levantar a lebre da 'super campanha' antecipada de Siqueira Campos, as aeronaves alugadas para Duda Mendonça são as mesmas que o candidato tucano tem alugado para cortar os céus do Tocantins de ponta a ponta para reuniões políticas. Stalin alertou para o abuso de poder econômico e pediu que o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil acompanhem a movimentação de Siqueira.
O coro da indignação foi engrossado pelo deputado Paulo Roberto Ribeiro (PR), que insinuou desperdício de dinheiro de origem questionável. “Quem não conhece Siqueira Campos?”, indagou o deputado, listando atos de abuso de poder realizados por Siqueira e sua família. “Marqueteiro não faz milagres”, concluiu.
O ex-governador Siqueira Campos não foi defendido no plenário da Assembleia Legislativa. Pelos corredores, deputados de partidos aliados ao PSDB de Siqueira evitavam falar do assunto. O único parlamentar do PSDB, Raimundo Moreira, não estava presente.
