O governador Carlos Henrique Gaguim (PMDB) reagiu às declarações da senadora Kátia Abreu (DEM), dadas em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, 12, em Palmas. O governador informou que as declarações da senadora têm finalidades eleitoreiras. “Não aceito esse tipo de comportamento difamatório, pois meu governo sempre se pautou pela ética e pela transparência”, afirmou o governador.
Carlos Gaguim declarou que ficou impressionado com a falta de conhecimento da senadora em relação ao Tocantins. “Gostaria de saber onde estão as emendas parlamentares apresentadas pela senadora para o Tocantins, porque não vemos em nenhum município obras provenientes de recursos obtidos pela senadora”.
O governador se manifestou sobre os pontos mencionados pela senadora. Ele disse que nunca fez qualquer pressão junto à ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, para que julgue a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pelo PSDB, que pede a demissão em massa dos servidores comissionados.
Segundo ele, as gestões feitas junto à ministra são no sentido de discutir medidas que já estão sendo adotadas para minimizar uma possível demissão em massa. “Engraçado que a senadora falou que o PDSB já retirou a Ação, mas esqueceu de dizer que isso não muda o trâmite da ADI, porque uma vez impetrada, o Supremo é obrigado a julgá-la”, afirmou Gaguim.
CELTINS
Sobre a venda de 8% das ações da Celtins pertencentes ao Estado, a senadora chegou a questionar a legitimidade da eleição indireta que efetivou Carlos Gaguim no cargo de governador, tratando-o como “interino”. Sobre isso, o governador disse que a senadora, que se intitula “democrata”, parece desconhecer a própria Constituição.
A venda das ações foi aprovada pela Assembléia Legislativa e o recurso proveniente da venda dessas ações será aplicado no Projeto de Modernização na Iluminação Pública dos municípios tocantinenses, o Reluz. O projeto Reluz, do Governo Federal, permitirá uma economia de cerca de 70% do consumo de energia elétrica das cidades, somente com a troca das lâmpadas.
EDUCAÇÃO
Ao cobrar melhoria no índice de analfabetismo do Tocantins, a senadora chegou a constranger sua correligionária, Dorinha Seabra, ex-secretária de Educação do Estado por cerca de dez anos. “Temos que olhar para o analfabetismo, que é de 15% no Tocantins, enquanto no Brasil é de 10%”, disse. Entretanto, quando perguntada por um jornalista sobre a responsabilidade da ex-secretaria (sentada ao lado da senadora durante toda a entrevista), Kátia desconversou. “Esses são números de analfabetismo em adultos. Isso não tem nada a ver com a Educação Fundamental, da qual cuidou a secretária Dorinha”, emendou.
PROPINAS
Sobre a acusação de que existe um esquema de propinas patrocinado pelos secretários para liberação de pagamentos de fornecedores do Estado, “quadrilha organizada para extorquir dinheiro do empresariado”, segundo as palavras da senadora, Carlos Gaguim afirmou que senadora tem a obrigação moral de apresentar provas sobre as acusações. “Reitero o meu compromisso com a ética e a transparência na administração dos recursos públicos”, reforçou o governador.
RODOVIA
A senadora fez, ainda, acusação de que o Estado pagou cerca de 80% do valor das obras de pavimentação de um trecho da rodovia TO-239, que liga os municípios de Presidente Kennedy a Tupiratins. O governador esclareceu que nenhum desses pagamentos foram realizados na atual gestão.
ITERTINS
Outro tema citado por Kátia Abreu foi a destitularização de terras feitas pelo Itertins – Instituto de Terras do Tocantins. O ex-presidente do órgão, José Augusto Pugliese, esclareceu que o caso citado pela senadora é resultado de um processo administrativo que correu dentro dos trâmites legais, com pareceres técnicos e jurídicos, tanto do Itertins quanto da Procuradoria Geral do Estado e que o então detentor da posse do título não se manifestou durante todo o processo.
REDESAT
Kátia Abreu fez acusações também à RedeSat, emissora educativa do Estado, afirmando que a emissora teria sido obrigada a transmitir a reunião do PMDB, quando foi lançada a pré-candidatura da chapa majoritária do partido. O superintendente da RedeSat, Luiz Celso, informou que foi feita uma cobertura jornalística do evento, como acontece com qualquer assunto de interesse público.
Ainda sobre a emissora pública, Luiz Celso afirmou que não existe nenhum programa veiculado pela emissora sem ônus para os produtores. Os valores são cobrados através da venda dos intervalos comerciais.
Fonte: Secom