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Polí­tica

Foto: Dicom/AL

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Na manhã desta quinta-feira, 8, foi a última sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Tocantins. As “folgas” semanais neste dia da semana, aliás foram constantes neste primeiro semestre de 2010. Por se tratar, talvez, de ano eleitoral, o fato é que nesta primeira metade anual, foram pouquíssimas sessões às quintas-feiras.

A partir deste final de semana, os deputados estaduais entram em recesso de seus trabalhos na Casa de Leis do Estado e, intensificam os planejamentos para os embates eleitorais que se aproximam com a chegada da campanha.

Os eletivos

Dentre os 24 parlamentares da Casa, todos irão tentar reeleição, ou a Câmara Federal. Contudo, desde o princípio do ano, muita coisa mudou dentro da formatação do cenário de apoios à candidaturas ao Araguaia, gerando uma verdadeira “dança das cadeiras” entre os ocupantes dos cargos legislativos do Estado.

Depois da definição da polaridade que irá reger a campanha eleitoral neste ano, muitos parlamentares da base do governador Carlos Gaguim (PMDB) deixaram o apoio ao chefe do executivo para apoiar a candidatura do ex-governador Siqueira Campos (PSDB).

Dança das cadeiras

No princípio do ano, Siqueira Campos tinha o apoio de apenas 3 deputados dentro da Casa de Leis do Estado. Eram eles os democratas Osires Damaso e Toinho Andrade, além do tucano Raimundo Moreira (PSDB). Hoje, a base siqueirista conta com 7 deputados e um novo nome: “Tocantins levado a sério”.

Por contar com muitos parlamentares em sua lista de apoios, a coligação “Força do povo”, do governador Gaguim acabou perdendo alguns nomes. Vamos por partidos:

PMDB – o partido do governador não teve maiores alterações dentro do seu quadro de deputados. Começou com 5 nomes e terminou com o mesmo número na base governista, entre eles o presidente da Casa, deputado Júnior Coimbra

PSDB – o partido do ex-governador Siqueira Campos tem somente o deputado Raimundo Moreira como representante entre os parlamentares. Moreira, no entanto, mesmo sendo de partido de oposição, nunca assumiu uma postura firme contra o governo do Estado. Ao contrário, sempre declarou (mesmo após a confirmação da candidatura de Siqueira) que apoiaria os projetos do governo que julgasse ser para “benefício do povo”.

PDT – no princípio do ano, o partido da vice-prefeita de Palmas, Edna Agnloin, tinha a esperança de candidatura do prefeito Raul Filho (PT) ao governo do Estado. Assim o partido assumiria o controla da capital tocantinense. Como no dia primeiro de abril Raul não desincompatibilizou, o PDT passou a apoiar Gaguim para o governo. O partido conta com dois representantes no plenário.

PT –O PT tem o nome da deputada Solange Duailibe (primeira-dama de Palmas) como única representante dentro da AL. Depois da retirada do nome de Paulo Mourão (PT) da corrida ao Araguaia, o partido do presidente Lula também teve que assumir o apoio ao governador.

PR – o Partido da República merece uma atenção maior por toda a efervescência que foi gerada em torno de seus 5 deputados na Assembleia. Vale lembrar que no ano passado, dois de seus atuais parlamentares (Paulo Roberto e Stálin Bucar) eram filiados ao DEM e PSDB, respectivamente, no decorrer de seus mandatos, pediram afastamento das legendas  e se filiaram ao PR, causando irritação aos democratas. Por pouco ambos não perdem seus mandatos por infidelidade partidária. Outro ponto envolvendo estes dois deputados foi que, depois de o presidente do partido, senador João Ribeiro, ter assumido apoio a Siqueira Campos, tanto Paulo Roberto, quanto Bucar mantiveram-se na base governista. Com a decisão de Ribeiro, o PR sofreu um “racha” dentro da AL: enquanto os já citados deputados ficaram com Gaguim, Luana Ribeiro (filha de João) e Pastor Pedro Lima seguiram o posicionamento do partido. O outro deputado, Amélio Caires, mesmo à esta altura do campeonato, segue uma incógnita.

DEM – o partido sempre teve uma postura firme enquanto oposição ao governo de Carlos Gaguim. Seus dois deputados sempre cumpriram a risca seus papeis de opositores do governo dentro da Casa de Leis. No final do ano passado, o partido perdeu alguns de seus nomes para outras legendas (vide análise do PR logo acima), e tentou, sem sucesso, retomar os mandatos que julgava serem seus.

PP – outro partido que iniciou o ano na base de Siqueira Campos. No entanto, os dois deputados do PP na AL sempre declararam apoio incondicional a Gaguim, mesmo o partido tendo a possibilidade de indicação do nome da ex-prefeita de Araguaina, Valderez Castelo Branco à senatoria siqueirista. Depois do “golpe” sofrido e da não indicação de Valderez, o partido aderiu a campanha governista e, de quebra, ainda indicou a ex-prefeita a vice do governador.

PV – com o deputado Marcelo Lelis como presidente e único parlamentar na Assembleia, o PV também iniciou o ano como partido de apoio ao governador Gaguim. Lelis tinha ainda o controle da Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, através de seu irmão, Fábio. Depois que reassumiu seu eterno apoio ao “homem que o trouxe ao Tocantins” (segundo ele mesmo), Lelis entregou a secretaria de seu irmão e abriu mão da aliança com o governador.

PPS – o partido tem três deputados atuando no legislativo tocantinense. A sigla, desde o princípio do ano é firme na base governista. A mudança mais relevante do PPS até este final de semestre, foi a retomada de mandato de Eduardo do Dertins após entregar a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Humano, no lugar de seu correligionário e suplente Sargento Aragão. Por pouco o governador não perdeu o apoio do partido pelo fato de, em esfera nacional, o PPS apoiar a candidatura do tucano José Serra à presidência da república. Na época, o deputado federal Roberto Freire havia informado que não permitiria outras alianças dentro dos estados

PTB – o único deputado do partido, José Geraldo, sempre foi um aliado fiel do governador Gaguim desde que este assumiu o cargo em setembro passado. O deputado, inclusive, já havia declarado publicamente que era “Gaguim desde pequeno”. Contudo, depois de consulta aos convencionais petebistas, o partido assumiu a aliança com o ex-governador e José Geraldo foi obrigado a esconder sua torcida até o dia 3 de outubro.

PSC – mais um partido com apenas 1 representante entre os deputados, o PSC firmou apoio ao ex-governador Siqueira Campos, lançando, inclusive, seu presidente à suplente de senador na “Tocantins levado a sério”. Entretanto, seu único deputado, José Viana, não aderiu à campanha de Siqueira e manteve apoio ao governador.

Na Assembleia Legislativa, pode-se chegar a conclusão que, até o presente momento, o governador possui o apoio de 16 deputados, enquanto Siqueira Campos tem a aliança com outros 7. Nessa conta falta  o deputado Amélio Cayres que  (PR) continua apenas observando o processo de cima do muro e transitando entre os dois lados.