Depois da divulgação, pela Procuradoria Regional Eleitoral, da lista dos candidatos com risco de terem suas candidaturas impugnadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, na tarde da última segunda-feira, 12, o DEM foi o partido mais freqüente dentre os candidatos passíveis de punição. Ao todo, o partido da senadora Kátia Abreu teve 12 nomes citados pelo Ministério Público, de acordo com levantamento feito pelo Conexão Tocantins.
Dentre os colocados para se defenderem da ação de impugnação de candidaturas, estão nomes como o da ex-secretária da educação Dorinha Seabra, que concorre à Câmara Federal, Eduardo Leiloeiro e Walfredo Reis, que concorrem à Assembleia Legislativa.
Outra legenda que teve mais candidatos enquadrados nos diversos itens citados na lista negra do MP foi o PSDB. O partido do candidato ao governo, Siqueira Campos teve, dentro de seu quadro de candidaturas, 9 nomes citados pela PRE. Entre os tucanos, aparece o deputado federal, Freire Junior, que tenta agora uma cadeira na Assembleia Legislativa.
A coligação “Tocantins Levado a Sério” ainda possui candidatos de outros partidos de sua base relacionados na lista do MP. Entre eles, estão partidos de grande representatividade, como o PR, o PV e o PTB.
O PR, que tem como presidente o senador e candidato a reeleição, João Ribeiro, aparece, por exemplo, com o nome do ex-deputado federal Ronaldo Dimas, personagem representativo ainda nas articulações políticas na coligação de Siqueira.
Coligação “Força do Povo”
No núcleo governista da campanha eleitoral, o PT é o partido com mais nomes na lista, seguido pelo PMDB do governador e candidato à reeleição Carlos Gaguim. O partido dos trabalhadores aparece com 7 nomes na lista do ministério, enquanto são citados cinco peemedebistas na relação de processados pelo MP.
No PMDB, além do nome do ex-governador Marcelo Miranda, cassado em setembro do ano passado, estão os de Rainel Barbosa, de Miracema e do vereador de Gurupi, Kita Maciel. De acordo com entrevista coletiva concedida pelos procuradores do Ministério Público na tarde de ontem, a situação mais complicada entre os peemedebistas é mesmo a do ex-governador. De acordo com informações dos procuradores da PRE, às vistas do Ministério Público, Marcelo Miranda está inelegível.
De outro lado, o PT, do prefeito Raul Filho, não conta com nenhum nome de peso na política tocantinense. No entanto, com seus 7 candidatos listado pelo Ministério, é o partido que mais possui políticos com risco de ficarem sem suas candidaturas.
Liminares concedidas são consideradas inválidas
Entre os listados pelo Ministério Público como passíveis de impugnação de candidaturas, 6 deputados estaduais com mandatos em vigência na Assembleia Legislativa. Nomes como o de Ângelo Agnolin (PDT), César Halum (PPS), Stálin Bucar (PR), Paulo Roberto (PR), José Viana (PSC) e Raimundo Palito (PP) apareceram no material divulgado pela justiça.
Dos parlamentares listados o caso mais delicado parece ser o de César Halum, do PPS. É que, de acordo com a lista da PRE, seu nome aparece sob o quesito “crime”. Quando questionados qual teria sido o crime cometido por Halum, o procurador João Gabriel de Queiroz afirmou que o deputado havia cometido ato contra a previdência social.
Queiroz explicou que o parlamentar havia sido processado por recolher os impostos de seus funcionários e não repassar os devidos valores à previdência.
Em entrevista ao Conexão Tocantins na manhã desta terça-feira, 13, o deputado Raimundo Palito (PP) afirmou estar traquilo com a situação, pois sua liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal, não diz respeito a lei conhecida como Ficha Limpa. De acordo com Palito, a resolução do STF foi no sentido de retirar seu nome de uma outra lista negra para candidatos em eleições: a do TCU.
Um fato que chama a atenção dentro desta categoria de indicados pela procuradoria eleitoral, é que todos os 6 deputados citados pelo Ministério Público fazem parte da base de apoio do governador Gaguim na AL, mesmo os republicanos Stálin Bucar e Paulo Roberto, além de José Viana (PSC). Os partidos destes parlamentares são coligados a Siqueira, no entanto, os deputados declararam apoios pessoais á candidatura de Gaguim.
Como informado pelo Conexão Tocantins na tarde de ontem, todos os 68 pedidos de impugnação de candidaturas foram encaminhados ao Tribunal Regional Eleitoral para análise e julgamento. Somente depois da passagem pelo TRE é que será definido quem segue em quem fica pelo caminho nas eleições deste ano.
Confira abaixo a lista dividida por coligações e partidos.
Coligação Tocantins Levado a Sério
PSDB: Aílton Parente, Jadson Luz, José Carlos Teixeira, José Delmone, Freire Júnior, Antônio Rocha Milhomem, Consuelo Aparecida, Sebastião de Alencar, Wanderley Feitosa.
DEM: Dorinha Seabra, Sérgio Colares, Maria Helena Defevari, Eurídice Rodrigues, Joaquim Azevedo, Sheila Lustosa, Joaquim Quinta, Dagmar Porto, Sidimar Pereira Gomes, Eduardo Gomes (Leiloeiro), José Wellington Belarmino e Walfredo Reis.
PR: José Bonifácio Gomes, Otoniel Andrade, Valéria Rodrigues, Ronaldo Dimas, Paulo Roberto e Stálin Bucar (estes dois últimos, como dito, fazem parte da base de apoio do governador Gaguim).
Além de Sigmaringa Seixas (PV), Angiledson da Fonseca (PV), Geraldo Vaz (PTB), Sérgio Perin (PTB), Eliedis Alves (PMN), Sebastião Jardim (PTN), Tasso Antônio (PTN), Josefa Almeida (PRTB), Adalberto Leite (PSC) e José Viana (PSC) – que, assim como Bucar e Paulo Roberto, faz parte da base de apoio de Gaguim.
Coligação Força do Povo
PMDB: Marcelo Miranda, Rainel Barbosa, Jorge Frederico, Kita Maciel, Dêuza dos Santos.
PT: Carlinho Furlan, José Washington da Cunha, Marinaldo Passos, Vilmar Sousa de Oliveira, José Carlos Ribeiro, João Palmeira Junior, Miguel Ângelo Rabelo e Luciano Pereira.
PP: Raimundo Palito, Ênio Detterborn e Carlos Gama Barcellos.
PCdoB: Antônio Pereira Leite, Jocimar Brandalise e Rosa Maria de Vasconcell
Além dos nomes de Ângelo Agnolin (PDT), Diego Marinho (PDT), Abraão Lima (PPS), César Halum (PPS), Wanderley Barbosa (PSB), Raucil do Espírito Santo (PSB), Alcindino Carneiro (PSDC), Raudécio dos Santos (PSDC), Hernani Thomaz Sousa (PRP), Charlles Pita (PRP) e Sansão Pereira (PHS).
Fonte: lista divulgada pelo Ministério Público Federal