Produtores e empresários interessados em investir no reflorestamento de áreas rurais poderão participar do 1º Congresso Florestal do Tocantins – Tocantins Florestal, que será realizado nos dias 9 e 10 de novembro em Palmas, no Tocantins. No evento, especialistas apresentarão detalhes sobre a legislação que rege a atividade, discutirão questões técnicas e avaliarão as políticas de financiamento voltadas para o setor de florestas plantadas.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, fará palestra sobre “O Novo Código Florestal Brasileiro” na abertura oficial do evento, às 10h30 do dia 9. A atualização da legislação ambiental foi aprovada em julho numa Comissão Especial da Câmara dos Deputados e poderá ser votada no plenário da Casa ainda neste ano.
As perspectivas para o setor também serão debatidas durante o evento organizado pela Associação dos Reflorestadores do Tocantins (ARETINS). Especialistas ligados à Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF) lembram que essas florestas são cultivadas em áreas específicas e, depois de colhidas, remetidas para uso industrial. Em seguida, uma nova floresta é plantada, sem prejuízos ao meio ambiente.
Nos Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, região conhecida como Mapito, os fornos das 15 siderúrgicas instaladas localmente são abastecidos com carvão produzido a partir de árvores de reflorestamento. O presidente da Aretins, Guilherme Sahade, aposta no potencial de crescimento do setor de reflorestamento no Estado.
O tamanho médio das propriedades, a baixa densidade demográfica, as grandes áreas de pastagens e áreas degradadas são fatores que justificam o entusiasmo. Segundo ele, o Tocantins tem apenas 50 mil hectares reflorestados, mas dados do governo estadual indicam a possibilidade de crescimento. De acordo com a Secretaria de Agricultura do Tocantins, a expectativa é que, até 2016, o Estado tenha 540 mil hectares reflorestados, especialmente com eucalipto.
Florestas Plantadas
A madeira produzida a partir de florestas plantadas tem comprador certo, reflexo da expectativa de aumento da demanda por parte das indústrias siderúrgicas e de outros setores, como a construção civil. Outro fator que vai resultar no aumento da procura por madeira reflorestada é a proibição, nos próximos anos, da queima de madeira nativa nos fornos das indústrias siderúrgicas.
A demanda por madeira produzida no Tocantins está aquecida e as perspectivas são promissoras para os próximos anos. A madeira produzida no Estado abastece parte da demanda de dois pólos siderúrgicos instalados nos municípios de Açailândia (MA) e de Marabá (PA) que reúnem cerca de 20 siderúrgicas.
Hoje, as siderúrgicas ainda têm autorização para queima de árvores nativas, prática que provavelmente será banida nos próximos anos devido às pressões ambientais. “Se 100% do consumo dessas indústrias fosse atendido com madeira de reflorestamento, elas demandariam, por ano, aproximadamente 90 mil hectares de florestas”, afirma o vice-presidente da Aretins, Irajá Abreu.
Dados da associação mostram que 50 mil hectares são ocupados com florestas plantadas hoje no Tocantins. Em todo o País, a área total ocupada com eucalipto e pinus somou 6,310 milhões de hectares em 2009, de acordo com dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF).
De acordo com especialistas, as condições de clima e solo garantem ao Brasil uma situação mais competitiva em relação a outros países no segmento de florestas plantadas. Aqui, uma árvore de reflorestamento atinge o ponto ideal de corte num prazo de sete anos. Nos países da Europa, o corte só pode ser feito com 30 anos. “O Brasil desponta como país potencial para a atividade de florestas plantadas”, afirma o vice-presidente da ABRAF.
O País tem outros diferenciais em relação aos demais países. “Os solos férteis, o clima, e o regime de chuvas daqui são ideais para o plantio de eucalipto”, lembra Irajá Abreu. A posição geográfica do Estado facilita a venda da madeira para o mercado interno e para a exportação, escoamento facilitado pela logística de transporte. O baixo preço da terra em relação a outros Estados também é um atrativo para os investimentos. Há, também, políticas específicas de incentivos fiscais e financiamentos para o reflorestamento.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Congresso Florestal