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Economia

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou nesta quarta-feira, 17 de novembro, que o dólar desvalorizado é o problema mais urgente a ser resolvido no Brasil. “Precisamos de uma resposta logo. Não podemos submeter a indústria brasileira a uma concorrência predatória”, disse, em café da manhã com jornalistas.

Alinhou também soluções de problemas estruturais para aumentar a competitividade da economia brasileira no longo prazo. Uma delas é a contenção do gasto público. “As despesas correntes não podem aumentar mais do que o crescimento do PIB”, defendeu Andrade, cuja solenidade de posse ocorre esta noite, no Centro de Convenções Brasil XXI, em Brasília.

A indústria brasileira está sendo diretamente afetada pelo dólar desvalorizado, salientou Robson Braga de Andrade. “O câmbio é a questão imediata, porque a indústria está perdendo competitividade”, pontuou. Não há solução única, ressaltou, mas sim um conjunto de medidas que podem contribuir para o real se estabilizar em um patamar que retome parte da competitividade internacional da indústria nacional.

Entre as medidas defendidas pelo presidente da CNI estão o aumento do IOF sobre os investimentos estrangeiros de curto prazo, já adotada em parte; a cobrança de imposto de renda dos investidores internacionais e a instituição da quarentena, prazo a cumprir antes de sacar as aplicações.

O investimento estrangeiro direto, ou seja, na produção, também poderia ser direcionado às exportações, defendeu. “Queremos os investimentos, mas não só para aproveitarem o mercado interno, que está crescendo, mas também para exportar”, propôs.

O presidente da CNI enfatizou que o problema estrutural do câmbio é mais complexo e envolve a contenção do gasto público, a melhora da relação dívida/Produto Interno Bruto e a redução dos juros. A solução dessa equação passa necessariamente pelo controle dos gastos públicos, que, na sua visão, deveria ser limitado a um percentual de aumento do PIB.

“Podem ser estabelecidos determinados parâmetros de crescimento da despesa, ao longo dos anos, abaixo do crescimento da economia, de tal maneira que se consiga chegar, em um prazo de 10 anos, por exemplo, a um ajuste da despesa do Estado que contribua para a redução dos juros”, explicou o presidente da CNI.

O presidente da CNI defendeu ainda, para reduzir os gastos públicos, uma reforma fiscal. Propôs igualmente a necessidade das reformas tributária e previdenciária. “Na reforma tributária, certas coisas podem ser feitas de imediato, como a desoneração das exportações e a desoneração dos investimentos”, disse. “Outras, como o imposto sobre o consumo e não sobre a produção, imposto no destino e não na origem, precisam de maior discussão e prazo mais amplo de implementação”, complementou.

Robson Braga de Andrade informou que a CNI propôs no Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex), ligado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a desoneração do PIS e da Cofins da exportação e ainda a compensação dos créditos tributários estocados, da ordem de R$ 16 bilhões, nas dívidas com a Previdência Social.

“O Conex já aprovou e vamos levar, em dezembro, à Camex. Nossa proposta é de encontrar um meio de pagar o crédito que está estocado e fechar a porteira daqui para a frente, não deixando acumular mais os créditos”, concluiu.

Fonte: Agência CNI