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Palmas

Usuário utiliza latinha de cerveja para consumir crack

Usuário utiliza latinha de cerveja para consumir crack Foto: Umberto Salvador Coelho

Foto: Umberto Salvador Coelho Usuário utiliza latinha de cerveja para consumir crack Usuário utiliza latinha de cerveja para consumir crack

Um grave problema que parecia estar solucionado para os moradores da região das quadras 612 e 712 Sul (antigas arses 65 e 75), parece estar de volta: o tráfico de entorpecentes. De volta por que, de acordo com o representante da entidade Quadra Limpa, José Alberto Padilha, há cerca de dois anos as drogas haviam sido erradicadas do local.

Padilha, em entrevista ao Conexão Tocantins na tarde desta sexta-feira, 10, informou que a principal causa da volta dos traficantes para as quadras da região centro-sul de Palmas é o descaso, ou muitas vezes, a conivência das autoridades que deveriam cuidar do bem da população.

O representante da Quadra Limpa citou, inclusive a responsabilidade do juiz Luiz Zilmar na reabertura dos pontos de venda de crack e cocaína na região ao relaxar a prisão de traficantes. “Agora é porque ele está afastado por conta do envolvimento com aquela menina. Mas quando ele estava atuando, foi o Dr. Luiz Zilmar que deu a canetada para retornar as bocas de fumo”, informou José Alberto.

Segundo Padilha, desde que o tráfico de drogas voltou a tomar conta da região, a população tem ficado acuada em suas casas e muitos preferem se omitir a denunciar. De acordo com ele, no entanto, os moradores das quadras não compactuam com o tráfico de drogas na região, mas tem medo. “O negócio aqui é bem guerrilha. Guerrilha urbana”, destacou.

Jovens traficantes

Segundo o morador da região, o problema é crônico e grave, principalmente entre os jovens com idades entre 18 e 25 anos. Padilha informou que cerca de 80% dos jovens da região, desta faixa etária estão envolvidos direta ou indiretamente com o narcotráfico. “Isso gera dois tipos de informação: a dos moradores que não compactuam com o tráfico, mas que tem medo de aparecer; e a dos pais dos jovens que querem proteger seus filhos”, afirmou Padilha.

Prostíbulos agravam a situação

Padilha informou que a presença das cinco casas de meretrício presentes entre as duas quadras acentuam ainda mais o crescimento da violência em toda a região. O representante da Quadra Limpa destacou para oConexão Tocantins que estas casas acabam se tornando pontos de vendas de drogas e um atrativo a mais para que os delinqüentes frequentem o local. “Aumenta número de roubos e assaltos na 706, 606, 806, 704”, falou, sobre as quadras vizinhas na região.

Segundo Padilha, muitas prostitutas costumam drogar caminhoneiros para em seguida acusá-los de não pagamento de um suposto programa. “Elas dão boa noite cinderela para os caminhoneiros naquele posto da TO-050 e depois procuram os policiais para falarem que os ‘caras’ não tinham pago”, frisou.

Padilha destacou que os moradores, comerciantes e empresários da região já entraram com pedido – não atendido – de retirada das casas de prostituição do local. “Foi um pedido de todos os empresários das duas quadras”, compleotu.

Polícia participativa

Mesmo tecendo críticas às autoridades superiores, o representante da Quadra Limpa elogiou a atuação da polícia no combate e repressão ao uso e venda de tóxicos na região. De acordo com Padilha, a Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc) e a Rotam tem atuado de forma exemplar nas quadras. “A polícia tem agido com força. Se for uma pessoa estranha, que não é da quadra, eles param, investigam”, completou.

No entanto o mesmo exemplo não se aplica a outros policiais militares que ficam responsáveis pela fiscalização do local. O representante da entidade responsável por benfeitorias nas quadras informou que PM’s tem agido com conivência junto aos traficantes e usuários. “Eles vão ao posto de gasolina à noite, de moto e sem capacete, compram cerveja e os policiais ficam olhando”, acusou. E completou sendo claro: “os policiais tem conivência com eles (traficantes)”

José Alberto informou que terá uma reunião com o comandante geral da Polícia Militar, Cel. Benvindo Sousa Sobrinho, para tratar do assunto.

O objetivo do apelo de Padilha, segundo ele, é cobrar ação dos conselhos representativos de combate às drogas para que atuem com mais rigor na região. “A gente ainda não viu uma ação do Conselho Nacional Anti-Drogas, nem do conselho municipal”, questionou.

Denarc prefere não comentar

Quando procurado pelo Conexão Tocantins para falar sobre o problema no tráfico de drogas na região das quadras 612 e 712 Sul, o delegado responsável pelo combate às drogas, Dr. Roger Knewitz, informou que este não era o momento de comentar sobre o assunto, pois atrapalharia a investigação. “Senão a bandidagem fica esperta”, afirmou.

No entanto, o delegado frisou que já foi instaurado um inquérito para que as ações da polícia iniciem no local. “Assim que tivermos um resultado concreto, eu terei o maior prazer em informar”, finalizou.