A diarista Regina Francisco de Souza há nove anos mora no Setor São José em Gurupi e nunca tinha visto uma bala de pistola ponto 45. Ela só conheceu por volta das 2h da madrugada da última quinta-feira, 07, quando uma bala rompeu o telhado da casa e caiu em seu quarto entre as camas do casal e de um filho de 7 anos. “Mesmo dormindo a gente não tem paz. Nós estávamos dormindo e de madrugada ele [o marido] ouviu o barulho. Foi um estrondo. Ele desconfiou que não fosse pedra e varrendo o quarto a achei ali num cantinho dos pés da cama”, disse. A bala caiu próxima as cabeceiras das camas que ficam aproximadamente 40 cm uma da outra.
O diretor do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse em uma reportagem a revistaVeja, que um disparo de um revólver calibre 38, bastanteinferior a pistola ponto 45, o projétil volta ao chão a 400 quilômetros por hora, o bastante para perfurar o corpo humano. “Se atinge a cabeça, o pescoço ou o tronco até a altura do abdômen, pode ser fatal”, disse.
A bandidagem tem desassossegado a população de Gurupi, que não sabe mais quem está do lado do bem ou quem está do lado do mal. O ano recém iniciou, a violência aumenta, e a cada dia que se passa sugem novas vítimas. Dentre oscasos recentes,existem os quetiveram repercussão nacional comoo assassinato do militante dos direitos Humanos de Cristalândia, Sebastião Bezerra da Silva, morto no dia 27 de fevereiro por três irmãos da família Gonçalves e caso do pistoleiro Floro Calheiros , acusado de matar diversas pessoas, dentre empresários, políticos e de ser o mandante da tentativa de homicídio ao Desembargador Luiz Mendonça, Presidente do TRE de Sergipe e de seu motorista em 18/08/2010 no nordeste.
Outros casos que chamam a atenção,divinde entrea recente prisão de três jovens que freqüentavam as melhores casas gurupiense que estão sendo acusados pela Delegacia Especializada em Investigações Criminais (DEIC) de serem “fortes no trafico de drogas na cidade”. E, para alarmar ainda mais os gurupienses, escutas telefônicas apontam um médico e funcionários públicos encomendando drogas para consumir em pleno trabalho.
Enquanto o crime bate na porta da casa dos ricos, que se tornaram vulneráveis às drogas dos "pobres", como o crack, as famílias gurupiense, independente da classe social e do lugar em que vivem, se sentem acuadas diante apos tantos problemas decorrente das drogas. Com bem disse um policial civil quase, “tudo que está acontecendo é em razão das drogas” que tiram a dignidade humana, os valores morais e ultrapassa as fronteiras do município, Estado e País.
Entretanto,Cracolândia não está soomenteno Centro de São Paulo, como apontavam os noticiários. Aqui, os jovens são capazes de fazerem as mesmas barbáries por uma pedra. Eles roubam, assaltam e estão dispostos a fazer tudo em troca de algumas pedras de crack. Exemplos não faltam, recentemente, na Vila São José, um casal de namorados, formado por uma menor de idade, executaram um rapaz para "acerto de drogas". Temos também o recente caso que aconteceu no dia 02 deste mês, no bairro Residencial São José, próximo ao setor Vila Nova, onde 15 menores, supostamente envolvidosno vício docrack, lincharam Edney Cordeiro dos Santos. O crime aconteceu depois que Cordeiro descarregou uma arma na porta da casa de um menor que, em seguida, o executaram com tijoladas e pontapés. Dentre os menores estavam quatro meninas com idades entre 15 e 16 anos, quem bem poderiam está em uma sala de aula. O delegado responsável pelo 4º DP de Gurupi, Otaviano Lellis, está concluído o inquérito.