Apresentar o projeto de uma Usina Termelétrica de Biomassa movida a resíduo de capim elefante a ser instalada em Pedro Afonso. Com esse objetivo os consultores em bioenergia Charles Russel Hefner (Vigna Brasil) e Frederico Carvalho (Energie S.I e Itpac) se reuniram na manhã desta terça-feira, 26, com o presidente da Coapa, Ricardo Khouri. Também participou da reunião o diretor de Agroenergia da Seagro – Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Luiz Eduardo Borges Leal.
Os consultores demonstraram interesse em implantar um projeto piloto de Usina Termeletrica de Biomassa em Pedro Afonso que, inclusive, já teriam investidores interessados no negócio.
Charles Russel, que há vários anos pesquisa a produção de energia limpa tendo como combustível o capim elefante, informou que esse modelo de usina de pequeno porte tem capacidade de gerar 5 megawatts de energia limpa. Conforme o especialista é necessário o plantio inicial de uma área de 1200 hectares de capim elefante para abastecer a central energética. Russel deu vários detalhes sobre o sistema de produção desde o cultivo, manejo e colheita da planta, até o momento que chega a usina onde é queimado e produz energia limpa. “O capim elefante é uma planta fácil de ser cultivada e é, comprovadamente, um dos melhores combustíveis das termelétricas movidas a biomassa”, disse o consultor.
Ricardo Khouri respondeu a várias perguntas dos consultores sobre aspectos logísticos e comerciais da região de Pedro Afonso, como estações de energia disponíveis, custos e lucros na produção de soja e empresas com potencial para compra de energia limpa. Khouri adiantou que a cooperativa tem interesse de ser parceiro no projeto. “Quando avançarem no modelo a ser implantado, a Coapa está pronta para discutir. Essa pode ser uma alternativa a mais de cultivo para os produtores de nossa região”, destacou o presidente da Coapa.
“A Coapa foi escolhida para ser parceira do projeto por já possuir organização comunitária e de plantio”, disse o diretor de Agroenergia da Seagro, Luiz Eduardo Borges Leal, informando ainda que o Governo do Estado está intermediando a instalação da termelétrica no Tocantins.
Levantamento
Nessa fase do projeto, os consultores estão levantando dados sobre a região e fazendo visitas. Na tarde desta quarta-feira, 27, apresentam o projeto ao secretário de Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Jaime Café. Ainda realizarão visitas a representantes do Banco da Amazônia, para falar sobre financiamentos para produtores de capim elefante, e a concessionária de energia elétrica no Estado.
Energia com capim elefante
O capim do tipo elefante foi importado da África há 100 anos para alimentar rebanhos de gado em períodos de estiagem. Resistente à seca e capaz de se desenvolver mesmo em solos pobres. Segundo especialistas, no abastecimento de usinas leva vantagem não só sobre a cana-de-açúcar como sobre o eucalipto. A gramínea cresce mais que seus concorrentes (chega a 6 metros de altura, daí o nome hiperbólico), pode ser cultivada em áreas degradadas, não requer adubo - e, sobretudo, produz mais energia. Com a mesma quantidade de capim-elefante, obtêm-se 84% mais eletricidade do que com a cana e 37% mais do que com o eucalipto. As primeiras tentativas de convertê-lo em energia foram realizadas na Inglaterra, há 30 anos. Alemanha e Aústria também buscaram, sem sucesso, transformá-lo em uma alternativa energética economicamente viável. No Brasil, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo estudou utilizá-lo como um substituto do carvão vegetal, consumido pela indústria siderúrgica.
O capim-elefante não precisa necessariamente ser irrigado (de fato, quanto mais seco, melhor) e é triturado pela mesma máquina que o colhe. Em seguida, o farelo é jogado sem nenhum tratamento prévio diretamente na caldeira adaptada para esse fim. Queimado, produz o vapor que movimenta um gerador. A energia resultante é transferida para uma subestação conectada à rede de distribuição elétrica.
A conversão de capim-elefante em energia não polui. Mesmo o gás carbônico (CO2) emitido durante a queima dessa biomassa é menor do que o consumido pela gramínea durante seu crescimento. A eletricidade é gerada por uma fonte renovável, que pode ser mantida por um período de até 20 anos sem nenhum auxílio de adubos ou corretivos de solo. Também não são necessários defensivos agrícolas, porque, até hoje, não há registro de pragas que ataquem o capim-elefante
Fonte: Assessoria de Imprensa