A colheita de algodão já começou em algumas propriedades do Estado e deve prosseguir até final de julho. O Tocantins é o único estado da região Norte que possui lavouras de cotonicultura e este ano a safra promete ser recorde, a começar pela área plantada, onde houve um crescimento de 32%, em relação à safra 2009/2010. São mais de 5.300 hectares, concentrados nas regiões: central (Paraíso e Porto Nacional) e leste (nas Serras Gerais).
De acordo com o engenheiro agrônomo da Seagro, José Waltex Alexandre Aguiar, a produção esperada é de mais de 19 mil toneladas, cerca de 3.700 kg/ha ou 250 arroba/ha. Para ele, o momento é de otimismo para os produtores uma vez que o mercado continua em alta, provocada pela forte redução dos estoques mundiais. “A arroba do algodão em pluma, no mercado interno, estava na faixa dos R$ 53 reais no início de maio de 2010, o preço veio subindo e chegou a R$ 130 reais em março deste ano. Depois desse período, começou a cair e hoje está perto de R$ 70 reais, com variações de acordo com o mercado”, informou.
O plantio do algodão é na entressafra, logo após a colheita da soja, entre 15 de janeiro a 15 de fevereiro, com ciclo médio de 150 dias. Para o proprietário da Fazenda Sambaíba, Airton Oro, o plantio desta safra teve atraso devido complicações com o período chuvoso na colheita da soja. “Vamos ter uma perda de 20%, cerca de 200 arroba /ha, mas mesmo assim, podemos considerar boa pelo tipo de lavoura, que é safrinha, e sempre existe o risco climático”, frisou.
A produção da Fazenda Sambaíba, em grande parte utiliza o sistema adensado (diminui o espaçamento entre as linhas plantadas e aumenta a população de plantas nas fileiras) e a produção já está vendida até a safra do próximo ano. Oro explica que foi comercializado no mercado futuro, sendo uma parte para o mercado interno e outra para o mercado externo. “Nossa intenção é continuar investindo. Já para a próxima safra vamos aumentar a área plantada em 30% e estamos em fase final de implantação da primeira indústria algodoeira do Estado, onde será feita a separação da pluma e a extração do óleo para biodiesel”, completou.
O agropecuarista disse que do algodão tudo se aproveita, da pluma ao bagaço. “Do bagaço produzimos a torta, ração para bovinos em confinamento/engorda ou leiteiro. Atualmente o único entrave que a cotonicultura enfrenta no Estado é devido instrução normativa do Ministério da Agricultura e da CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, que proíbe o plantio de algodão transgênico em toda a Região Norte, por isso o investimento é maior que o plantio convencional, com isso temos um custo maior que os produtores de outras regiões do país”, explicou.
Brasil
A China e Índia são líderes mundiais de produção, o Brasil está entre os dez primeiros. A estimativa é de uma produção de 2,027 milhões de toneladas na safra 2010/11 em todo o país, 69,8% maior do que o registrado no ciclo 2009/10, que foi marcado por problemas climáticos e quebra de produção. O Mato Grosso é o estado que alcançou os maiores números e a estimativa de produção chega à metade do total previsto para todo o país, algo próximo de 1 milhão de toneladas. A Bahia vem logo após, com previsão de 627 mil t.
A expectativa do Ministério da Agricultura é que o Brasil exporte, neste ano, 600 mil toneladas de algodão, o que o tornará o terceiro maior exportador mundial da fibra, atrás dos Estados Unidos e Uzbequistão. Neste ano, os preços do algodão subiram US$ 0,70/libra para US$ 1,10/libra.
Fonte: Assessoria de Imprensa/ Seagro