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Banda se apresenta durante o PMW Rock Festival

Banda se apresenta durante o PMW Rock Festival Foto: Emerson Silva

Foto: Emerson Silva Banda se apresenta durante o PMW Rock Festival Banda se apresenta durante o PMW Rock Festival

Um jovem senhor, aproximadamente 57 anos, vivenciou passagens importantes da história humana, guerra do Vietnã, queda do muro de Berlim, fim da ditadura brasileira e outras. Com certeza, o bom e velho Rock n’ Roll é um cinquentão experiente. Mas ainda há muitos que acreditam que rock é coisa de moleque, de marginal, de drogado, baderneiro ou tudo isso junto. Hoje, 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock e no mínimo devemos respeito a este ritmo que mudou a maneira de olhar o mundo e porque não dizer que o mudou também.

Rock não gera violência. Desemprego gera violência, desigualdade gera violência, falta de educação gera violência. O rock nasceu dos guetos, da vontade de contestar, foi e ainda é trilha sonora da indignação, porta voz da rebeldia. Na maior parte de sua vida, o rock falou pelos oprimidos.

O rock cresceu, casou com outros estilos, se reproduziu, gerou uma incontável prole de células musicais (seus filhos). Cada filho seu leva uma bandeira: hoje tem rock com baião, com samba, com mantra, com ópera, com rap, com reggae, tem também rock cristão, rock do cão (kkk), para todos os gostos há um derivado ou enlatado novo, um interesse, um mercado novo.

No Tocantins

Antes do Tocantins ser Estado, já havia rock. Jovens rebeldes, famintos, descontentes, aproveitadores, ‘como sempre’, presente em todos os níveis da existência humana. Não apenas singular do rock baderna e de desordem. Temos ocorrência do ritmo em quase todo Estado. Os exemplos são vários, como: BR News Band e Contramão na antiga Miracema do Norte; a Bunny’s e o Bar da Shirley, palcos de tantas bandas em Paraíso, o Festival Garage Rock em Araguaina, Mestre André e seu rock rural em Porto. Bandas de rock já passaram pelo importante Festival de Música do Bico do Papagaio, o Fabip, em Araguatins, pelas noites festivas de Gurupi representando o Sul do Estado, até chegarmos a Capital, Palmas, que no seu início teve poucas, mas boas bandas, como as lendárias Infecto Feto e Pecados Capitais, pioneiras no ritmo que a memória (ou perda dela) impede de ser citadas.

O Rock era tocado em garagens, porões, festas de amigos, fundo vazio de piscina, já houve de tudo no Tocantins. Instrumentos emprestados, aparelhagem de baixa qualidade, quem das antigas não se lembra da Aria Pro vermelha do Cássio; rodou o Tocantins inteiro nas mãos de vários músicos, inclusive já esteve nestas mãos toscas de quem vos fala.

Festivais independentes pipocando por toda extensão do Tocantins, o que dá fôlego às bandas, incentiva novos grupos, novos músicos e tantos jovens que procuram no rock se expressar. As bandas de rock estiveram presentes no extinto Fest Praia, Festival da Canção em Porto, Fecan, Tendencies Rock Festival, T.O.M.E., Burrada Festival, PMW Festival, Paranoid Zine, Garage Rock, em Araguaina, os festivais da Comunidade Zoe, Open Metal, Agosto de Rock, em Miracema, no Canto das Artes, em Taquarussu, Junta Tribos, em Rio Sono e em vários outros.

Taí. Eu com meus 35 anos ainda me emociono em rever uma história da qual faço parte, com tantos amigos que passaram pela adolescência até chegar a fase adulta escutando rock. Aqui não cito nome dos meus grandes ídolos, não há tantas linhas assim neste livro, a minha vida.

Aqui tento dar um pequeno relato do rock no Tocantins, faltam muitas cartas neste baralho, mas em cada canto tocantinense há vários jogadores querendo apostar sua criatividade pelo rock. Ainda precisamos de apoio, de patrocínio, de espaço, nas rádios e nas TVs. Temos a vontade de criar, criamos e precisamos ser reconhecidos como artistas e não baderneiros.

E para aqueles que apostaram na morte do rock, saibam, vocês perderam. O jogo é dos jovens, pois onde quer que seja Islândia ou Londres, Miracema ou New York, Estados Unidos ou Tocantins, onde o descontentamento juvenil estiver, onde houver uma guitarra e uma vontade crescente de gritar, haverá uma semente, uma banda de rock plantada nos campos férteis da arte. Rock é arte e arte não morre.

Festivais de rock do Tocantins

*Agosto de Rock Festival (8ª edição - Miracema) www.myspace.com/agostoderockfestival - www.agostoderock.com.br

*Tendencies Rock Festival (8ª edição - Palmas) - www.tendenciesrock.com.br

*PMW Rock Festival (8ª edição - Palmas) - www.myspace.com/pmwrockfestival

*Zoe Festival Cultural – (8ª edição – Palmas) - comunidadezoe.com

*TOME – Tocantins Musica Expressa (5ª edição - Palmas) - www.tendenciesrock.com.br

*Burrada Festival (5ª edição - Palmas) - www.myspace.com/burradafestival

* Junta Tribos Rock Festival (5ª edição – Rio Sono) - juntatribosrockfestival.webnode.com.br

*FMI – Festival de Música Independente (3ª edição – Gurupi) - tonounderground.blogspot.com

*Rock ´N´ Porto – Mostra Festival de Rock (1ª edição – Porto Nacional) - twitter.com/rocknporto

*Pequi Rock Festival (1ª edição – Araguaína) - pequirock.blogspot.com