Desde a confirmação da data da Feira Literária Internacional do Tocantins, que iniciou na noite de ontem, com a abertura oficial pelo governador Siqueira Campos (PSDB) e culminou com o show do carioca Seu Jorge, no final da noite, a movimentação de turistas tem sido perceptível pelas ruas de Palmas. São pessoas interessadas em participar das palestras e outras atrações da Feira, além dos expositores e representantes de livrarias que vieram para fazer da Flit uma fonte de negócios e renda.
Em entrevista ao Conexão Tocantins, no entanto, o deputado estadual Marcelo Lelis (PV) destacou que esta situação não reflete a situação turística de Palmas dos últimos anos. Segundo o deputado, a capital do Estado passa por um momento de estagnação no setor, o que gera grandes prejuízos para a cidade. “O turismo é a atividade mais democrática que existe. Turismo é renda. Desde o rapaz que vende o picolé na rua, até o mais luxuoso hotel”, completou.
O deputado, que foi presidente da Agência Municipal de Apoio ao Turismo (Amatur), destacouque, na época, os projetos para incentivar o turismo na região de Palmas visavam basicamente três grandes pólos: Serra do Lajeado, Taquaruçu e a própria capital. Lelis informou que eram propostas para incentivo do ecoturismo, do turismo de aventura – no caso da serra, e mesmo no setor de turismo de negócios. “Mas esse projeto foi abandonado a partir do momento que essa administração assumiu e o turismo foi deixado de lado”, disse, citando a prefeitura de Palmas.
Abandono do patrimônio
Mesmo ressaltando o grande potencial turístico de Palmas, o deputado criticou a conservação das praias e do patrimônio físico da cidade. De acordo com ele, todas as áreas de lazer que abrangem as praias de Palmas precisam de mais atenção do poder público. Segundo Lelis, tanto a Praia do Prata, quanto a Graciosa e a Praia das Arnos ficaram esquecidas pela administração do prefeito Raul Filho (PT). “Um dos maiores potenciais do turismo de Palmas são as praias que não deveriam ter nada fora do lugar”, disse.
Outro ponto levantado pelo deputado é o Centro de Convenções Parque do Povo, localizado nos fundos do Parque Cesamar, que está com as obras inacabadas há anos. Segundo Lelis, a área poderia receber congressos e convenções de negócios que atrairiam turistas dispostos a conhecer e a gastar em Palmas. “Os prejuízos que temos com essa obra paralisada são incalculáveis. A quantidade de eventos e congressos que poderíamos receber, iria movimentar a economia. Poderiam encher os hotéis, comer nos restaurantes. As pessoas, quando saem da cidade satisfeitas, se encarregam de fazer propaganda do lugar, incentivando mais gente a vir”, destacou.
Solução existe
Durante a entrevista, o deputado ainda comentou sobre possíveis soluções para que o turismo em Palmas seja revitalizado. De acordo com ele, tudo passa por políticas de incentivo do setor. Além disso, Lelis destacou algumas obras físicas que poderiam começar a agilizar o processo, como o caso da Avenida Orla, que interligaria as praias da capital. “Uma pessoa poderia ir de bicicleta da praia das Arnos até o Prata, por exemplo”, disse.
No entanto, mesmo que o turismo na cidade volte a ter maiores incentivos por parte do governo municipal, o deputado frisou que o processo ainda pode demorar. “Mesmo que a gente inicie novamente o projeto, ainda vai levar um tempo para as pessoas retornarem”, concluiu.