Famílias de trabalhadores sem terra montaram acampamento na Rodovia Transamazônica na cidade de Luzinópolis/TO, na região do Bico do Papagaio. A ação se deu após reunião esta semana com a superintendência do Incra. As famílias que ocupavam a unidade avançada em Araguaina, sem perspectivas de quando terão terra para trabalhar devido a falta de recursos e a morosidade na reforma agrária tomaram a decisão.
Os membros do acampamento na Transamazônica em Lusinopolis em sua maioria são de famílias que perderam suas terras com a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito).
Segundo Cirineu da Rocha, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), o CESTE, consórcio responsável pela obra deixou de indenizar milhares de famílias, sendo que o Incra cadastrou estas famílias há mais de um ano e até hoje nenhuma solução para assentar as famílias aconteceu.
Para a trabalhadora sem terra, Maria dos Anjos, a união entre MST e MAB fortalece os trabalhadores “e daqui não sairemos a não ser para nossa terra ou para ocupar a barragem de Estreito”, diz.
Araguatins
Em Araguatins, também na região do Bico do Papagaio, famílias também ocupam uma unidade do Incra e continuam acampadas à espera da presença do superintendente do órgão para discutir a pauta do movimento e dar os devidos encaminhamentos, “não arredaremos o pé daqui enquanto não tivermos clareza para onde iremos e quando teremos as nossas terras” diz o trabalhador rural Daniel Souza.