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Campo

Foto: Divulgação

Propiciar aos pescadores situados na área de abrangência da Usina Hidrelétrica Estreito (UHE Estreito) a oportunidade de conhecer uma unidade completa de produção de alevinos em um dos maiores centros de referência da região Norte-Nordeste. Esse foi o objetivo da visita técnica promovida pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste), que levou representantes de colônias de pescadores do Maranhão e Tocantins, do Ministério da Pesca e Aquicultura do Tocantins, técnicos em aquicultura, até a sede da Fazenda São Paulo em Brejinho de Nazaré, há 90 quilômetros de Palmas (TO), onde fica o centro de referência em alevinagem.

Esta visita foi definida em conjunto com o Ministério da Pesca e Aquicultura, representantes das Secretarias de Agricultura dos Estados do Tocantins e Maranhão nas reuniões realizadas em Palmas no dia 18.10.11 que trataram das ações em parceria para o Projeto do Complexo Integrado de Processamento, Beneficiamento, Comercialização e Escoamento do Pescado do Tocantins que o Ceste está implantando na área do lago da Usina de Estreito.

O projeto do pescado tem como foco principal gerar oportunidades aos pescadores da área de abrangência da UHE Estreito, além de buscar uma melhoria de renda para estes profissionais e seus familiares. Visando a qualificação dos pescadores e piscicultores, foi realizada a visita ao centro de alevinagem, na Fazenda São Paulo. O local com aproximadamente três hectares de área de lâmina d’água (área de produção), comporta 45 tanques de diversos tamanhos, onde são desenvolvidos trabalhos de produção de oito espécies de alevinos e larvas de peixes nativos da Amazônia.

O gerente de Relações Institucionais do Ceste, Isac Braz, comentou da importância de ir in loco avaliar o protótipo, já que existe a possibilidade de implantar dentro do Complexo do Pescado, um centro experimental e criatório de alevinos. “A ideia é mostrar como funciona a produção e a criação de alevinos. Através dessa visita, a comitiva pôde adquirir embasamento para debater sobre a viabilidade de se implantar um centro de alevinos, buscando melhores recursos para isso”, avaliou Isac Braz.

A visita técnica iniciou com uma fala do superintendente Federal da Pesca e Aquicultura no Tocantins, Josafá Ribeiro Maciel, que ressaltou sobre a oportunidade de se conhecer um espaço referencial em alevinagem. Ali, os visitantes puderam observar através de imagens, duas das principais etapas: a de desova dos peixes e da seleção de matrizes (peixes responsáveis pela procriação). Em uma das últimas etapas do processo de produção da fazenda, os integrantes da expedição conheceram os chamados tanques escavados, local onde se faz a terminação do processo final do desenvolvimento dos alevinos, antes de serem comercializados.

No encerramento das atividades, a presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação Nacional de Agricultura, Subsecretária Estadual da Pesca e Aquicultura do Tocantins, senhora Miyuki Hyashida, falou sobre as superações e dificuldades até chegar ao estágio atual onde conseguiu-se alcançar um sistema produtivo estabilizado neste local, resultando na produção de alevinos de qualidade para atender o amplo mercado nacional. Segundo ela, a fazenda tem atualmente clientes em toda a Amazônia, Mato Grosso do Sul e até no Paraná.

Do Complexo do Pescado

Com a implantação do Complexo do Pescado ocorrerá a potencialização do setor de pesca na área de abrangência da Usina Hidrelétrica Estreito, de modo ecologicamente adequado e economicamente viável e sustentável. Já foram construídos portos de desembarque e salas multiuso para atividades de recepção do pescado, capacitação e apoio aos pescadores, sendo que ainda está previsto um Centro Experimental de Piscicultura e Produção de Alevinos, um complexo de beneficiamento e comercialização de pescado em beneficio dos pescadores e piscicultores.

Histórico

Em abril de 2010, a proposta do Complexo Pesqueiro foi apresentada pelo Ceste aos presidentes de colônias de pescadores, Ibama e Ministério da Pesca e Aquicultura. Na oportunidade, os pescadores puderam conhecer detalhes do projeto elaborado pela equipe do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição contratada pelo Ceste para realização do trabalho. Ainda em 2010, no mês de julho, o presidente do Ceste, José Renato Ponte e o então ministro de Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, e o presidente do Ibama em exercício, Abelardo Bayma Azevedo, assinaram um acordo de cooperação no valor de R$ 4,8 milhões para implantação do Complexo.

A partir dali, foi criado um comitê gestor para coordenar a execução dos trabalhos. Integram este comitê como titulares e suplentes (quatro vagas de cada), representantes do Ceste, MPA, Ibama e pescadores – por meio das Colônias de Pesca. Além destes, participam na condição de ouvintes Museu Nacional/RJ, Agência Nacional de Águas (ANA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Grupo de Aplicação Interdisciplinar à Aprendizagem (GAIA). (Assessoria de Impresa UHE Estreito)