Com o intuito de realizar procedimentos para a certificação da Comunidade Poço D’Anta, a 18 km do centro de Almas, como remanescentes de quilombos, a técnica em Direitos Humanos, Leonídia Batista Coelho, e o coordenador dos Afrodescendentes, Luiz Carlos Benedito, ambos da Sejudh - Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, visitaram a Comunidade e realizaram censo e diagnóstico socioeconômico e cultural, de 16 à 18 do mês corrente.
A visita contou também com reuniões e entrevistas com pessoas idosas para que se obtivessem dados históricos, onde também foram feitas cópias dos documentos exigidos pela Portaria nº 98/08 da Fundação Cultural Palmares, para comprovação de autoidentificação, da ancestralidade e da territorialidade do grupo familiar pretendente à certificação.
A Comunidade que se autoidentifica como remanescente de quilombo, solicitou ajuda e intermediação da Sejudh junto à Fundação Cultural Palmares para sua certificação, é composta por cerca de 36 famílias cujos antepassados ocuparam as terras em torno do córrego Raiz desde os primeiros tempos quando a região foi ocupada pelos bandeirantes à procura de ouro, no século XVIII.
Segundo Leonídia Coelho, para dar início ao processo de certificação, a comunidade em sua maioria absoluta deve entender o que significa o termo “remanescente de quilombo” e se autoidentificar, assumir esta identidade. Após isso, há necessidade de adequação à lei que estabelece que estes comprovem uma ancestralidade que tenha ocupado aquele espaço territorial ao longo dos anos, resistindo, inclusive culturalmente, ao sistema que os discriminou ou excluiu ao longo dos séculos. (Ascom Sejudh)