Recentemente contratada pelo governo do Estado, a agência Ginga Rara Propaganda funcionava, segundo publicação da Folha de São Paulo desta terça-feira, 10, em uma casa de propriedade do secretário estadual das Relações Institucionais, Eduardo Siqueira Campos. Segundo a publicação, o proprietário da agência é ligada ao bicheiro Carlos Cachoeira, alvo de CPMI no Congresso.
Conforme a Folha, as informações foram retiradas do relatório do Coaf, que é o órgão de inteligência do Ministério da Fazenda e já foi entregue à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, em funcionamento no Parlamento.
O relatório do Coaf apontou, ainda, que Tiago Neiva Parrode, diretor financeiro e sócio da agência, recebeu em 2010 depósito de R$ 275 mil de Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta, investigada pelas ligações com o contraventor e que tem diversos contratos de prestação de serviço no Tocantins.
Ainda segundo a Folha de São Paulo, seis meses depois do depósito, em abril do ano passado, o bicheiro avisa Abreu que o governo estaria planejando contratar cerca de oito agências de publicidade. Na ocasião, Cachoeira teria sugerido ao empresário que entrasse no negócio. "Eles [governo do Tocantins] vão contratar mais oito [agências]. Põe uma lá", afirma Cachoeira.
Depois do processo licitatório, de acordo com a publicação da Folha de São Paulo, a Ginga Rara foi uma das vencedoras pelo valor de R$ 5,2 milhões.
O contrato com o governo do Tocantins, segundo a matéria, é o único entre a empresa e o poder público. A Ginga Rara Propaganda foi fundada em 2009 e desde o ano passado mantém um escritório funcionando em Palmas. Segundo a publicação, até o fechamento da matéria, o endereço da sede da empresa seria uma casa de propriedade de Eduardo Siqueira Campos. Contudo, após contato do jornal, o site da Agência foi alterado.
Assessoria
Já o secretário, através de sua assessoria de comunicação, informou que o imóvel não foi cedido para a agência, mas alugado. O contrato de aluguel está assinado entre sua esposa, Polyana Teixeira e o sócio da empresa, Alencar Gonçalves de Oliveira, em um valor de R$ 1,3 mil mensais por um período de 18 meses.
Já a agência de publicidade informou que deixou o imóvel na semana passada por conta do contrato de aluguel que estaria espirando. De acordo com a Ginga Rara, o compromisso formal encerraria no mês que vem.
De acordo com ele, o cadastro da Associação Brasileira de Publicidade, no qual Tiago consta como diretor financeiro, está errado. Ele negou que haja relação entre a empresa e Cláudio Abreu ou qualquer outro investigado na CPI do Cachoeira.