O documentário “Terminal de Lembranças”, sob direção do jornalista Gleydsson Nunes, será exibido no Rodoshoping, às 17 horas, deste sábado, 14. “O filme é importante para a memória da cidade e para a autoestima de seus protagonistas, literalmente marginalizados na paisagem urbana da cidade”, ressalta Nunes, sobre a obra cinematográfica.
A realização de “Terminal de Lembranças” contou com patrocínio da Fundação Cultural de Palmas (FCP), por meio do Edital Palmas Pra Cultura. Alguns parceiros da iniciativa privada também fazem parte do projeto.O diretor do documentário conta que a intenção do documentário foi dar voz aos personagens da antiga rodoviária de Palmas. “É provável que o capítulo da antiga rodoviária e do centro comercial não figure em nenhuma obra que se disponha a contar os primeiros anos da história de Palmas”, explica.
Ao resgatar a saga dos comerciantes e moradores do Centro Comercial Popular de Palmas, o documentário faz uma homenagem a todos aqueles que ajudaram a construir a identidade física, humana e cultural de Palmas. E, quem sabe, venha estimular o poder público a repensar a preocupante situação vivenciada hoje pelos comerciantes do rodoshopping.
Sinopse
Quem chegou a Palmas até o ano de 2001 e desembarcou no terminal rodoviário, certamente colocou em xeque a propaganda que se fazia da jovem cidade em outras regiões do País. O lugar tinha aparência sofrível e infraestrutura precária. Instalada em frente à quadra 403 Sul, desde o mês de Julho de 1992, a rodoviária permaneceu lá por quase uma década, sem qualquer reforma que excedesse uma simples pintura dos guichês de madeirite.
Junto com o tráfego dos ônibus, para lá também se dirigiram dezenas de comerciantes que trabalhavam numa área da avenida NS-1, conhecido como Pé Inchado. Na época, o governo do Estado, por meio da Codetins, informou que eles permaneceriam no local apenas um ano e depois seriam levados a um endereço definitivo.A maioria dos comerciantes transformou também em residência os pontos comerciais, criando um núcleo habitacional de características bastante peculiares. O pioneiro Manoel da Silva lembra que “à noite afastava os móveis e utensílios do restaurante para as oito pessoas da família dormirem”.
A saída do local não foi tranquila. Os comerciantes se dividiram entre os que eram favoráveis e contrários a abandonar a área. No dia 27 de outubro de 2001 eles tiveram que se retirar. Rosângela Carvalho, então com treze anos de idade, não consegue esquecer o que presenciou. “Eu vinha da escola e quando desci do ônibus vi tudo derrubado. Foi um choque, ninguém tinha me avisado que ia ser naquele dia”, relembra.
A prefeitura construiu uma estrutura próxima ao terminal rodoviário definitivo para abrigar os comerciantes, somados a outros que trabalhavam numa invasão conhecida como Bico do Papagaio, em Taquaralto. Muitos foram embora e outros continuam no Rodoshoping, apesar do baixo fluxo de clientes. (Com informações dos da assessoria do filme)