Com base em relatório preliminar do consórcio Investco acerca da mortandade de peixes abaixo do reservatório da Usina de Lajeado, na semana passada, o presidente do Naturatins – Instituto Natureza do Tocantins, Alexandre Tadeu, explicou tratar-se de um “evento isolado”.
Ele relaciona o incidente à vazão brusca das comportas da usina, sem uma causa mais complexa como, por exemplo, reflexos do enchimento do lago da usina de Estreito, o que, de acordo com ele, só seria possível com estudo de caráter cientifico mais aprofundado.
O presidente do Naturatins adiantou, ainda, que está sendo buscada solução junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pelo controle na geração de energia hidrelétrica, para que passe a não mais haver “vazão de turbina”, para geração de energia nos horários de pico, como ocorreu no caso deste episódio em Lajeado, entre as 18 e 20h.
Com a medida, a água do reservatório deixaria de ultrapassar a calha do rio, o que no seu retorno ao leito inicial faz com que os peixes e demais animais fiquem retidos em “lagos” e “piscinas”, que logo irão secar, e os peixes morrer. Conforme Alexandre Tadeu, a solicitação do Governo do Estado, através do Naturatins, já feita ao consórcio Investco é para que o ONS adote duas medidas. A primeira, que a abertura das comportas seja feita de forma escalonada, e no sistema de “escada” o retorno das águas ocorra de forma mais lenta para que dê tempo dos peixes deixarem as poças formadas.
A outra medida sugerida pelo Naturatins é quanto à formação de uma equipe de profissionais capaz de garantir a mobilização dos trabalhos e verificação do nível do reservatório a jusante da usina, inclusive para orientar a população ribeirinha, que além de sofrer com prejuízos advindos da perda da fauna aquática sofre com o sobressalto diante do imprevisto das águas, liberadas nas comportas. (Secom)