Começa a ganhar força no cenário produtivo nacional uma modalidade de manuseio agrário que tem potencial para aumentar a produção média das lavouras. A Agricultura de Precisão (AP) já chegou também ao Tocantins e vem ganhando espaço entre os produtores de grãos e frutas no Estado. Com base neste crescimento, o Senar - Serviço de Aprendizagem Rural – está promovendo seminários para desmistificar este novo molde de produção no campo.
Os seminários iniciaram na última segunda-feira, no município de Balsas (MA) e devem seguir por mais nove estados. No Tocantins, o encontro será realizado na cidade de Pedro Afonso, no próximo dia 8 de outubro. Ao todo, serão percorridos 10 estados com programação informativa no sentido de facilitar a aplicação e o manuseio do equipamento tecnológico para mapeamento e identificação de áreas com maior potencial de cultivo. Os encontros são destinados exclusivamente aos técnicos e produtores rurais interessados em aplicar o novo molde produtivo em suas propriedades.
De acordo com o diretor de Sustentabilidade no Agronegócio da Seagro – Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Corombert Leão de Oliveira, no Estado já são cerca de 50 mil hectares com cultivo programado através da Agricultura de Precisão. A Bunge – empresa de produtos alimentícios tem sido uma das grandes investidoras no setor. Além disso, a Coapa – Cooperativa Agroindustrial de Pedro Afonso, em Pedro Afonso, já faz experiência no cultivo de soja e milho. “Com a Agricultura de Precisão, você racionaliza os insumos, administrando-os melhor a lavoura e aumentando a produção média”, explicou.
Agricultura de Precisão
Com base na coleta de dados referentes ao solo e ao clima, o produtor poderá identificar quais áreas em sua propriedade trazem as melhores características para o cultivo de cana-de-açúcar, por exemplo. Dentre as principais técnicas adotadas pela Agricultura de Precisão estão: o mapeamento das áreas da propriedade, o planejamento de amostragens de solo e água, a análise dos dados coletados e sensoriamento remoto.
Ainda de acordo com Leão, através do uso de programas de computador instalados em avançados maquinários, o produtor tem controle sobre os horários e condições no período da colheita, economizando em mão-de-obra, otimizando o processo produtivo, inclusive o escoamento da produção.
A Agricultura de Precisão pode ser utilizada em todas as cadeias de produção agropecuária e precisa, de acordo com o diretor da Seagro, de um alto investimento em tecnologia e treinamento dos técnicos que irão manusear o maquinário dentro da propriedade. “Além do uso da tecnologia, é preciso que os técnicos tenham, inclusive, noções de outras línguas, porque os equipamentos têm comandos em inglês”, disse.
Ainda não existe um estudo preciso sobre o prazo de retorno do investimento feito pelo produtor na Agricultura de Precisão. “O retorno depende muito da cultura. Em larga escala, o que tem trazido maior retorno é a cana, mas todos os setores têm trazido informações positivas”, ponderou. (Ascom Seagro)