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Campo

Foto: Philipe Bastos

Processo bastante visado pelos produtores rurais em todo o Brasil, a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) vem ganhando espaço em áreas rurais de Estados como Minas Gerais, Goiás, Ceará e Piauí. No Tocantins, o sistema de produção integrada foi apresentado à Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto) em um encontro que reuniu gerentes da Vale, empresários, técnicos agrícolas, Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário (Seagro) e Universidade do Tocantins (Unitins). 

De acordo com o coordenador de Sustentabilidade no Agronegócio da Seagro, Corombert Leão de Oliveira, no Tocantins a implantação dos sistemas de produção que integram agricultura, pecuária e silvicultura já estão em avançado grau de desenvolvimento. Além disso, o Estado possui uma gama de culturas que podem ser produzidas a partir do modelo de Integração Lavoura, Pecuária, Floresta. “Na nossa mesa de parcerias podemos citar a produção de grãos, de biodiesel”, exemplificou.

A meta, de acordo com Oliveira, é instalar no Tocantins uma fazenda-modelo como existe a Santa Brígida, no município de Ipameri-GO, onde estudos sobre a produção no formato ILPF estão sendo feitos de forma avançada.

Encontro

No último dia 10 de setembro, os técnicos da Vale apresentaram o projeto de ‘Integração Lavoura, Pecuária e Floresta’ para membros da Seagro. Para Oliveira, esta segunda oportunidade de encontro com os representantes da empresa serviu para demonstrar a capacidade técnica da CAMPO (subsidiária da Vale) para fomentar a ILPF. “A apresentação da empresa casa com o formato que o Governo pretende. Quando agrega às indústrias, tem-se um sistema ideal de produção, defendido pelo governo”, completou.

ILPF

Durante a reunião com o setor empresarial do Estado, os diretores da Vale e suas subsidiárias VLI – Valor da Logística Integrada e CAMPO, comentaram sobre o processo de produção em formato de Integração Lavoura Pecuária Floresta. O modelo de produção, segundo o especialista da CAMPO, Ronaldo Trecenti, consiste em manter uma cultura de plantas de grande porte – eucalipto, por exemplo, modificando o espaçamento entre as árvores para que sejam cultivadas lavouras e, na entressafra, pastagens para pecuária. “Desta forma, conseguimos um sombreamento para os animais, e maior variedade na produção agrícola”, salientou.

No Tocantins, hoje, segundo dados apresentados pelo profissional da CAMPO, existem 6 milhões de hectares de pastagens para todas as criações animais. “Destes, 80% estão em fase de degradação, ou seja, a produtividade de forragem está abaixo do que o pasto pode produzir”, disse.  Com a produção integrada, as raízes restantes das plantas da agricultura, garantem caminho para que a brachiaria estenda as suas para níveis mais profundos do solo, garantindo pastagens verdes mesmo durante a estiagem, conforme explicou Trecenti.

Dentre as principais características da ILPF, estão:

- Recuperação de pastagens degradadas;

- Rotação de culturas;

- Diversificação de atividades;

- Melhoria de renda para o produtor;

- Redução de riscos climáticos e de mercado;

- Formação de palhadas para plantio direto (cultivo de arroz);

- Mitigação do desmatamento.

(Ascom Seagro)