Com parte das ações de incentivo ao plantio de seringueira no Tocantins, a Seagro – Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, está realizando eventos para pequenos produtores e assentados sobre o setor. Na quarta, dia 28, o Dia Técnico ocorreu em Pium, e nesta quinta, dia 29, os agricultores de Oliveira de Fátima, município a 115 km de Palmas, puderam aprofundar seus conhecimentos sobre o plantio e manejo das árvores de onde é extraído o látex, produto bruto da borracha. O evento foi realizado na fazenda Vale da Serra.
Durante o encontro, o engenheiro agrônomo e consultor técnico de Biomassa e Biodiesel da Seagro, Carlos Gomes da Paixão Filho, falou sobre a estrutura necessária para o plantio de seringueira, além da técnica necessária para manejo das plantas e da produção do seringal.
Com mais de 30 anos, o plantio da fazenda Vale da Serra é considerado maduro para a produção de resina. No entanto, segundo Filho, falhas no manejo da produção prejudicaram o volume de látex extraído e afetaram a vida útil da plantação. “Só com a correção do corte para a sangria, a produção do seringal mais que aumentou”, disse, acrescentando que há cerca de um ano, o proprietário da fazenda, Esídio Januário – prefeito de Oliveira de Fátima, contratou um técnico para cuidar de seu seringal que subiu sua produção de pouco mais de 700 kg, para quase duas toneladas, por mês.
Além disso, segundo Carlos Gomes, para a recuperação de um seringal degradado, são necessárias ações de correção da adubação e de monitoramento de pragas e doenças. “Em um seringal sadio, as próprias folhas das árvores, em decomposição no solo, servem como adubo natural para as plantas”, explicou.
Preço
O que também chama a atenção, além da durabilidade do seringal, que gira em torno de 40 anos, é a rentabilidade, que segundos técnicos, não se compara a nenhuma outra atividade agropecuária. De acordo com o responsável pelo seringal da Vale da Serra, Erivaldo Fernandes de Almeida, em uma área de apenas um alqueire, podem ser plantados até duas mil seringueiras. A produção média de uma árvore, segundo Almeida, é de 1 kg de matéria-prima ao mês. O látex extraído tem comercialização fácil, sendo que as empresas interessadas buscam o material nas propriedades rurais. O látex da fazenda Vale da Serra é vendido para uma empresa de São Paulo, ao preço de R$ 3,00 o quilo.
Resultados
Depois das palestras sobre o plantio e manejo de seringueiras, os futuros produtores de látex se mostraram satisfeitos com as perspectivas de renda com a produção. O produtor do assentamento Padre Josimo, Manuel do Carmo Pereira Filho, disse que pretende, a partir dos conhecimentos adquiridos no Dia de Campo, iniciar a produção da árvore em sua terra. “Isso é importante porque já vamos nos dedicar ao cultivo e aos cuidados”,
O proprietário da fazenda Vale da Serra, Esídio Januário, frisou a importância dos interessados no látex e de quem já lida com a cultura de receber orientações dos técnicos. Para ele, o encontro foi muito proveitoso. “Desta forma, aproveitamos para aprender também”, completou. (Ascom Seagro)