Na audiência pública da comissão especial sobre a reformulação do Ensino Médio, nesta terça-feira, 18, a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) falou da necessidade de rever o sistema de ensino para que o jovem possa ser preparado para o mercado de trabalho.
A parlamentar pontuou ainda um grave problema, onde o aluno sai do nível fundamental para o médio e chega a concluí-lo sem aprender o que deveria. “É necessário definir uma identidade para o ensino médio e encontrar um caminho que ligue à educação profissional. É necessário ter vários trajetos educacionais”, disse.
Professora Dorinha citou o exemplo da Alemanha, onde muitas empresas investem no ensino técnico dentro das escolas públicas para garantir uma formação de qualidade. Nesses casos, em média 30% da carga horária é executada na escola e o restante na empresa, mas não como trabalho e sim aprendizado.
Para a parlamentar, o maior gargalo enfrentado pela educação pública brasileira passa pela formação e valorização do professor. “Esse é um problema que precisa ser enfrentado urgentemente. Uma educação de qualidade só será possível se for oferecida boa formação docente. É preciso discutir o que realmente é essencial e estabelecer um pacto pelo bem da educação”, afirmou.
Participando da audiência pública, a representante do Movimento Todos pela Educação, Wanda Engel, pontuou que, na atual conjuntura da sociedade brasileira, o ensino médio é praticamente o passaporte mínimo pra entrada no mercado de trabalho, mas que metade dos jovens brasileiros está sem essa condição básica. “O crescimento econômico precisa dessa condição mínima. Não é em vão a exigência mínima de 11 anos de escolaridade. Apesar do crescimento de alunos que se matriculam no ensino médio, metade desiste antes de concluir”, informou.
Segundo Wanda, há uma falta de nexo entre educação e trabalho e as propostas nas diretrizes do ensino médio são abstratas. “O que isso significa no cotidiano? É uma fase em que o aluno precisa ter alguma renda, principalmente os mais pobres, pois precisam ajudar na renda familiar. É fundamental estabelecer um nexo entre educação e trabalho”, disse.
Outro ponto abordado foi em relação à gestão escolar, que pode fazer toda a diferença na qualidade da escola. Wanda explicou que é comum ver várias escolas numa determinada região com as mesmas condições e infraestrutura, mas com qualidade questionável justamente por causa da gestão. O sistema de escolha do gestor escolar, segundo ela, não pode ser político, que é o mais usual, mas técnico. Para Wanda, um desenvolvimento econômico e tecnológico significativo de um país tem que obrigatoriamente passar por uma educação de qualidade. (Assessoria de Imprensa)