O ex-prefeito de Palmas entre 2005 e 2012, Raul Filho (PT) concedeu entrevista ao Conexão Tocantins sobre o aniversário da capital. O ex-gestor frisou que comemora os 24 anos da cidade com a emoção de ver um filho chegando à idade adulta.
Questionado sobre o que ele acha que falta para que a população tenha uma melhor qualidade de vida o petista elencou a necessidade de mais investimentos. "Por ser ainda uma cidade relativamente nova, Palmas carece de muito investimento na sua estruturação física e de serviços", considera.
O ex-gestor falou de sua gestão e dos aspectos que vê como principais no legado que deixou para a cidade. "Quando entregamos a cidade, no final de 2012, tínhamos uma cidade com melhores condições na saúde pública, com índices sociais e econômicos que colocaram Palmas em uma posição privilegiada nacionalmente. Também possuíamos uma rede de proteção social plena, dentre outras conquistas, que hoje, nossa população sabe que são seus direitos respeitados e que não se intimida na hora de exigi-los", disse.
Para Raul a infraestrutura e a questão urbana não os principais problemas da capital atualmente. Questionado sobre como avalia a gestão do atual prefeito Carlos Amastha (PP) o petista preferiu não tecer comentários. "Quero só reafirmar que Pamas é mais que um sonho. É uma realidade de vida e de oportunidades que não encontramos e nenhuma outra parte do País. Parabéns palmenses. Juntos, continuamos nessa luta", finalizou.
Todos os outros ex-prefeitos da cidade foram procurados para participarem das entrevistas para o aniversário da capital mas além de Raul apenas Odir Rocha respondeu as indagações.
Veja abaixo a íntegra da entrevista do ex-gestor ao Conexão Tocantins:
Conexão Tocantins - Como o senhor vê Palmas atualmente?
Raul Filho - Palmas foi e continua sendo o meu lar. Tenho uma relação muito íntima com essa cidade, que conheço desde a sua concepção. Vi o local onde ela seria construída ser escolhido. Fui deputado constituinte e participei da sua criação. Junto com tanta gente que estava aqui quando Palmas ainda era um sonho, vi suas primeiras construções surgirem. Estava entre as primeiras pessoas que escolheram ser palmenses e por essa cidade foram recebidos como filhos. Por isso, comemoro os vinte e quatro anos de Palmas com a emoção de ver talvez um filho que finalmente chegou a idade adulta, com toda a beleza, pujança e potencial de se tornar grande. Vejo Palmas como um sonho, uma realidade em construção por milhares de mãos que lhe habitam. -
CT - Na sua opinião o que prioritariamente falta para que a população tenha uma melhor qualidade de vida?
RF - Por ser ainda uma cidade relativamente nova, Palmas carece de muito investimento na sua estruturação física e de serviços. Muito já foi feito, por todos que tivemos o privilégio de conduzi-la. Porém, muito ainda precisa ser feito. Essa cidade teve a sorte e ao mesmo tempo recebeu a missão de unir passado e futuro. Pois, apesar de abrigar a história do antigo norte goiano, de receber a história de seus pioneiros, incorporando suas tradições e costumes, também precisou já nascer dentro de uma era tecnológica e moderna. E quem a dirige, tem que ter a sensibilidade para fazê-la moderna, inclusiva, mas ao mesmo tempo rica em tradições.
CT - Qual o maior avanço que o senhor elenca desde a sua administração até os dias atuais?
RF - Conforme eu sempre disse, elegemos a educação como prioridade entre as prioridades de nossa gestão. E isso, a meu ver, causou uma revolução no jeito do palmense se relacionar social, econômico e politicamente. Quando investimos nessa área, abrimos a oportunidade para que começasse a se formar uma população de cidadãos mais exigentes. E esse investimento durou por oito anos e precisa continuar por toda a vida. O resultado, foi que essas pessoas aprenderam também a lutar e defender seus direitos; Quando entregamos a cidade, no final de 2012, tínhamos uma cidade com melhores condições na saúde pública, com índices sociais e econômicos que colocaram Palmas em uma posição privilegiada nacionalmente. Também possuíamos uma rede de proteção social plena, dentre outras conquistas, que hoje, nossa população sabe que são seus direitos respeitados e que não se intimida na hora de exigi-los. Acredito que seja esse o principal legado de nossa gestão. Uma população mais consciente de seus direitos e deveres, a partir dos investimentos que receberam em qualidade de vida. _
CT - Qual o principal problema de Palmas na sua opinião?
RF - Na parte de infra estrutura sem dúvida é a questão do escoamento de águas pluviais e a manutenção da malha asfáltica. Os primeiros setores que foram asfaltados não receberam drenagem e isso fez que o desgaste do asfalto fosse muito rápido e precisasse de reparos constantes. Só a partir de 2005 é que começamos a fazer asfalto, acompanhado da construção de sistemas de drenagem. Outro problema sério é a questão urbana. Passamos oito anos tentando segurar a expansão urbana, investindo no adensamento da cidade. Entendemos que quanto mais espalhada, mais dispendiosos e ineficientes se tornam os serviços.
CT - Qual a sua reflexão no aniversário da capital este ano?
RF - Este é o primeiro ano, depois de dois mandatos consecutivos como prefeito de Palmas. Foram oito anos que tive a oportunidade de estar a frente do governo. Me relacionei mais intimamente com nossa gente, aprendi e cresci, ajudando a escrever nossa história recente. Mais do que antes, Palmas me mostrou como é necessário que a gente se entregue com paixão e determinação às coisas em que acreditamos. E eu acredito nessa cidade e em sua gente.
CT - Como você avalia a atual gestão de Palmas?
RF - Na condição de antecessor da atual gestão, me reservo a não tecer comentários antes de completados os seis primeiros meses.