A deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO) pediu ao ministro da Saúde Alexandre Padilha que tenha um cuidado diferenciado com o sistema de saúde nos municípios. O encontro aconteceu no fim da semana passada, no Ministério da Saúde. A falta de estrutura nas cidades, principalmente as menores do interior e a dificuldade das pessoas em receber atendimento foram alguns dos problemas citados pela parlamentar.
"O Tocantins, por exemplo, tem uma carência muito grande de um sistema de saúde que atenda a população, especialmente as pequenas cidades. O máximo que elas possuem é uma ambulância para levar o paciente para o hospital mais próximo e, muitas vezes nem ambulância têm", pontuou.
Dorinha citou a dificuldade que os pacientes que moram no interior e que precisam fazer hemodiálise e/ou quimioterapia têm em se deslocarem para receber atendimento e a necessidade de ampliá-lo. “É uma situação humilhante, vexatória. Essas pessoas precisam se deslocar várias vezes na semana para fazer o tratamento e o sofrimento do deslocamento é muito grande”, disse. Segundo a parlamentar, também não adianta levar médicos para o interior se não oferecer estrutura de atendimento.
Na oportunidade, a parlamentar pediu uma ação mais articulada entre as áreas de saúde e educação para trabalhar novos hábitos de prevenção e fez um apelo pela abertura de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior para buscar ampliar e melhorar o atendimento especialmente no interior e citou a experiência do Tocantins com os médicos cubanos.
“Nós temos muitos brasileiros que estão em busca da realização do sonho de estudar medicina que estão em outros países, mas que não conseguem exercer a função no Brasil. É preciso repensar a forma do exame Revalida o diploma de universidades estrangeiras. Já é de amplo conhecimento a falta de médicos que há nos municípios menores e esse quadro pode ser mudado”.
A deputada também cobrou a liberação das emendas parlamentares restantes para a Saúde. Professora Dorinha afirmou que tem mais de R$ 700 mil em emendas para municípios do Tocantins aprovados no Orçamento da União ainda de 2012 com o aval da assessoria técnica do Ministério de que os limites para empenho foram enviados pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, mas os empenhos nunca foram providenciados. A priorização da liberação das emendas relacionadas ao Orçamento de 2013 também foi pedida pela parlamentar ao ministro, que é na ordem de R$ 2,2 milhões.
Padilha respondeu que o Ministério da Saúde estará tratando a questão das emendas como prioridade máxima e pediu à assessoria técnica para analisar a situação dos empenhos.
Em relação aos médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior, o ministro disse tratar de um assunto extremamente polêmico e delicado, mas que o Governo está estudando a melhor forma de resolver esse impasse.
Análise
Padilha apresentou um breve balanço da situação dos estados brasileiros com a cobertura de atendimento médico. Segundo dados repassados pelo ministro, em 2011, foram ofertadas 19 mil vagas de medicina, mas apenas 13 mil estudantes se formaram.
O Brasil tem uma média de 1,8 médicos para cada grupo de mil habitantes. Há 22 estados brasileiros abaixo dessa média nacional. O Tocantins está nessa lista, tem 1,08 médicos para cada grupo de mil habitantes.