Mais
de 80 pessoas foram atendidas durante o Mutirão de exames de DNA realizado pela
Defensoria Pública em Tocantinópolis, nesta sexta-feira, 14, representando 27
kits de exames, dos 43 agendados no período de 21 de maio a 7 de junho. A Instituição
disponibilizou de forma gratuita 80 kits para coleta de material biológico dos
assistidos.
O Mutirão propiciou além do exame a aproximação dos assistidos, com a troca de carinho
entre supostos pais e filhos. A vendedora F.K.V, que mora no povoado Ribeirão
Grande em Tocantinópolis, trouxe o filho de 3 anos para fazer o exame com o
desejo de garantir o nome do pai na Certidão de Nascimento. O suposto pai, o
lavrador B.G., ainda não tem convívio com o menino, mas diz já esperar pelo
resultado positivo para ajudar em sua criação, estando presente em momentos
importantes, e o olhar de carinho já demonstrava isso. “Este menino é lindo e
inteligente demais e se for meu filho vou estar por perto dele sempre”, colocou
o lavrador.
“Quero arrumar um pai, estudar com ele, conhecer ele”, assim foi o desabafo emocionado
de Tiago, 12 anos, acompanhado da mãe, a dona de casa Élbia Rodrigues Varão, 35
anos. O suposto pai, o representante comercial Reginaldo Lopes, 41 anos, estava
ansioso para fazer o exame, ver o resultado e poder participar da vida. “Quero
que dê positivo e já vou levar ele para conhecer minha família, cobrar sobre os
estudos e coisas simples como até um melhor corte de cabelo, to muito ansioso”,
disse ele ao lado de Tiago.
Não só o reconhecimento de paternidade, mas garantir também a dignidade humana é a proposta da Defensoria Pública com o Mutirão, caso bem expressado na situação
da pequena Catarina, de 9 anos. A menina mora de forma precária com a mãe, que
é usuária de álcool e drogas, na zona rural de Darcinópolis. Após constatação
da situação pelas conselheiras tutelares do município, o caso foi encaminhado à
Defensoria Pública para a coleta do material do exame de DNA para
reconhecimento da paternidade do suposto pai, que compareceu ao Mutirão, fez o
exame e se mostrou disposto a oferecer uma vida melhor à menina, que não frequenta
escola, nem tem acesso a atendimento de saúde. Como a mãe da menor não quis
fazer o exame e pensando no bem estar da criança foi necessária autorização
judicial para somente o pai e a menor fazerem o procedimento.
A Defensoria Pública também fez atendimento domiciliar para garantir o direito de
um assistido que abandonou sua companheira após o nascimento do filho e depois
de 30 anos retornou em busca do reconhecimento e registro do então filho.
Acamado devido a um derrame, o assistido recebeu a equipe da Defensoria Pública
para realizar a coleta do material para fazer o exame, atendendo ação para
reconhecimento de paternidade ingressada pela ex-companheira.
Para a diretora do Núcleo Regional da Defensoria em Tocantinópolis, defensora pública
Denize Sousa Leite, a realização de mutirões desta natureza é extremamente
necessária na Regional de Tocantinópolis, tendo em vista a grande parcela da
população que busca constantemente a Defensoria Pública para ações de
investigação de paternidade, e que ficam aguardando por muito tempo até que o
suposto pai tenha condições de arcar com os custos do exame de DNA.
“Independente do resultado, o que as partes mais almejam é um resultado seguro e
definitivo. E neste sentido a Defensoria Pública esta contribuindo de forma efetiva
para garantir o exercício do direito de filiação, bem como fomentar a obrigatoriedade
ao princípio da paternidade responsável que está intimamente vinculado ao
princípio da dignidade da pessoa humana”, ressaltou a Defensora Pública.
Os atendimentos foram prestados pelas defensoras públicas Isakyana Ribeiro de Sousa,
Maria Sônia Barbosa da Silva e Denize Souza Leite. (Ascom Defensoria)