Na semana passada a equipe de imprensa da Agência Tocantinense de Notícias (ATN) se deparou com uma escala que pautava jornalistas, repórteres fotográficos e de rádio a fazer a cobertura jornalística de praias tocantinenses. Claro, todos receberam com empolgação os destinos que tomariam, pois para nós, tocantinenses, a temporada de praia é aguardada o ano inteiro. Sendo somente em julho, após os rios baixarem o nível da água, que pegamos barracas e mochilas, reunimos familiares e amigos, e nos dirigimos para leitos e ilhas de areia fofinha e águas cristalinas.
Pois bem, minha equipe foi a primeira a rumar em direção à primeira praia. E lá fomos nós para a cidade de Pedro Afonso, a 304 km de distância de Palmas, capital do Tocantins, com o objetivo de conhecer, no meu caso, a cidade de Pedro Afonso, que completará no dia 15 deste mês 166 anos, e também a Praia Rio Sono, que se trata de um banco de areia que surge cortando o rio, de mesmo nome, dando a ele dois “braços”.
Ao “pegar a estrada”, resolvemos que percorreríamos a TO-050 passando pela TO-010 até a Ponte dos Imigrantes Nordestinos Padre Cícero José de Sousa, que liga a cidade de Lajeado à histórica Miracema do Tocantins. Durante os 50 km iniciais pudemos apreciar as belas formas da Serra do Carmo e Lajeado e as águas límpidas do lago da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Guimarães. Já transitando pela importante rodovia federal BR-153, mais conhecida como Belém-Brasília, a meio caminho do nosso destino, paramos em um posto de combustíveis na cidade de Fortaleza do Tabocão para comermos o mais suculento bife acebolado de toda BR-153.
Após a pausa seguimos viagem pela Belém-Brasília e pouco tempo depois entramos na BR-235, de onde avistamos a ponte que nos levaria por cima do Rio Tocantins até a cidade de Pedro Afonso. O rio majestoso que corta o Estado de norte a sul e abraça o município de Pedro Afonso juntamente com o Rio Sono, faz de seus habitantes nadadores natos, como assim eles mesmos dizem.
Já em Pedro Afonso, nossa primeira atividade foi procurar um hotel para nos hospedarmos e ai pudemos constatar que há um pouco mais de 10 estabelecimentos que oferecem pernoites aos visitantes da cidade. Os valores vão de R$ 20 a R$ 180 a diária. Escolhemos um hotel aconchegante, no qual o Rio Sono passa nos fundos, com decoração rústica e vistas para mais famosa praia da cidade.
Após nos instalarmos, demos um passeio pela cidade para conhecer os pontos históricos. Caminhamos por ruas de paralelepípedos, vimos praças e prédios que contam e carregam em sua arquitetura a história do povo pedroafonsino. Conhecemos a igreja de São Pedro, construída pelo Frei Rafael Taggia, sacerdote que fundou a cidade após evangelizar os indígenas que viviam na região. Passeamos também pela Rua Barão do Rio Branco, mais antiga rua do município, com suas casas de telhados que não se sabe onde começa um e termina o outro de tão juntos que são. Há também janelas grandes de madeiras e paredes de cores lindas nestas cassas.
Também conhecemos o prédio do Exército Brasileiro Tiro de Guerra, um dos mais antigos do Brasil, que além de suas atividades definidas, por muitos anos ajudou a fomentar a prática de esportes na cidade. Ficamos deslumbrados com o tamanho da casa paroquial onde vivem os padres e ouvimos falar o quão importante foi o Colégio Cristo Rei para o fortalecimento da cultura regional e clássica da sociedade pedroafonsina.
O dia seguinte
Após descansarmos no dia seguinte fomos à praia Rio Sono, sentimo-nos acolhidos por pelo rio de águas fulgentes, geladas e cristalinas. A areia fofa recebe estruturas que dará a esta temporada muito conforto. Haverá restaurantes, barracas de bebidas, sorveterias, lanchonetes, tendas para sombreamento, barracas de lazer, área para camping, píer, cyber café, quadras de vôlei e futebol de areia, além de tantas outras coisas que farão o turista aproveitar o melhor da Praia Rio Sono.
No final da tarde, quando o céu já estava alaranjado, tivemos a oportunidade de acompanhar a procissão que encerrava a novena de São Pedro, padroeiro do município, e nos emocionamos ao sentir o quanto as pessoas têm fé naquele que foi o primeiro padre da igreja católica. Quando a procissão dos fiéis chega à margem do Rio Tocantins é hora de subirmos em uma balsa e continuarmos pelas águas até chegarmos ao encontro dos Rios Tocantins com o Rio Sono. Na confluência dos dois rios começa o balé dos barqueiros que passam a pilotar seus barcos fazendo um círculo ao redor da balsa onde está a imagem de São Pedro. Os dois rios se misturam e fazem ondas para homenagear o padroeiro que também foi pescador.
Depois do tradicional ritual de fé, já à noite, o sol dá espaço no céu para lua e as estrelas que são testemunhas dos passeios que os jovens dão nas praças. Agora, longe do rio e da areia, os turistas invadem a cidade e deixam movimentados os restaurantes, bares e sorveterias. E depois de muito aproveitar, a cidade dorme e descansa com a certeza de que o amanhã será mais um dia de sol para os visitantes e pedroafonsinos.
