Os primeiros profissionais trazidos pelo governo federal para atuarem no Tocantins pelo programa Mais Médicos começaram a atender a população na última segunda-feira, 2. De acordo com dados do Ministério da Saúde, dos 39 médicos que até agora se inscreveram para trabalharem no programa em 21 municípios do Estado, 19 são brasileiros e 20 são estrangeiros.
Entre os estrangeiros, 16 dos médicos são cubanos, que atuarão em 11 municípios tocantinenses e em um Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). De acordo com o Ministério da Saúde, os cubanos atuarão no Tocantins nos seguintes municípios: Arraias, Esperantina, Recursolândia e Sampaio receberão dois médicos cada; Buriti do Tocantins, Carrasco Bonito, Centenário, Goiatins, Maurilândia do Tocantins, Ponte Alta do Bom Jesus, Santa Maria do Tocantins e o Distrito Sanitário Especial Indígena de Palmas receberão um médico. Eles devem chegar entre os próximos dias 14 e 15 deste mês e serão recepcionados por autoridades e técnicos ligados ao setor no aeroporto de Palmas.
A experiência do Tocantins com médicos de Cuba, contudo, não é novidade. No final dos anos 1990, profissionais daquele país desembarcaram no Estado para atender a população do interior. Na época, os médicos cubanos chegaram ao Tocantins depois de um acordo entre o governo de Fidel Castro e o então Governador do Estado, Siqueira Campos, para beneficiar o sistema de saúde tocantinense. O acordo foi firmado com base na Convenção Regional sobre o Reconhecimento de Estudos, Títulos e Diplomas de Ensino Superior na América Latina e no Caribe, que acabou sendo revogada em 1999.
Naquele período, a chegada dos profissionais cubanos ao Tocantins provocou um aumento no volume de atendimentos na rede de saúde estadual e gerou elogios por parte da população que não tinha acesso facilitado a um profissional da área, principalmente no interior do Estado. Contudo, após ação do Ministério Público do Trabalho, em 2005, a atuação dos médicos foi considerada irregular e eles foram impedidos de exercerem a profissão no país. Entretanto, dos 95 médicos trazidos de Cuba, 34 deles conseguiram validar seus diplomas de médico no Brasil e permaneceram atuando no Tocantins.
Nesta segunda passagem dos médicos cubanos pelo Tocantins, prevista para iniciar ainda neste mês, a estimativa é que, da mesma forma que entre 1998 e 2005, a população do interior do Estado tenha acesso amplificado ao atendimento de saúde.(ATN)