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Saúde

Foto: Divulgação

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O Hospital Geral de Palmas (HGP) realizou pela primeira vez uma cirurgia para ressecção de tumor ósseo com reconstrução e implante de endoprótese não convencional. O procedimento é de alta complexidade e o paciente Gildete Soares Sousa, 55 anos, foi submetido à cirurgia com duração aproximada de 4 horas e sem intercorrências.

O paciente que mora no Assentamento Reunidas do município de Aragominas, se queixava de dores intensas e déficit funcional/deformidade do quadril direito. No passado ele sofreu uma fratura patológica de fêmur onde foi submetido a uma osteossíntese com a colocação de placa e parafusos. Com o passar do tempo, teve agravamento de seu problema, procurou o hospital de sua região, sendo então encaminhado para o HGP onde recebeu atendimento especializado, realizou-se a biópsia e teve a confirmação do tumor que acometia o fêmur proximal.

Diagnóstico e tratamento do tumor ósseo

De acordo com o médico responsável pelo tratamento, Ronaldo Rêgo, o paciente foi diagnosticado com um tumor de células gigantes no fêmur proximal. “Quando ele chegou ao nosso serviço no HGP, foram realizados exames prévios radiológicos constatando-se que era um tumor ósseo, sendo necessária a realização de biópsia óssea percutânea. O laudo histopatológico confirmou ser um tumor de células gigantes”, explica o especialista.

Depois de diagnosticado, o paciente foi preparado e submetido à retirada do tumor por meio de cirurgia eletiva. Segundo o médico, para a realização do procedimento, a Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins fez a aquisição dos implantes (próteses) específicos para substituição do osso acometido pelo tumor.

Ronaldo esclarece que devido ao grande tamanho e agressividade da doença, após conversa e esclarecimento de dúvidas do paciente sobre a patologia, a técnica indicada foi à ressecção do mesmo, ou seja, retirando-se a parte do osso afetada, com a posterior reconstrução com endoprótese. “A ressecção de tumor ósseo com seguimentos grandes de osso, ficaria uma ampla falha óssea, necessitando assim a reconstrução ou substituição do seguimento ósseo perdido, sendo uma delas a reconstrução com endoprótese não convencional”, diz o médico.

Gildete Soares conta que está satisfeito com a cirurgia e equipe multidisciplinar que o atendeu no HGP, mas a sua alegria é maior por saber que o tumor de seu fêmur direito era, apesar da agressividade local, benigno. “Após a recuperação quero voltar para minha chácara junto à família, trabalhar até onde eu dê conta, além de seguir com o tratamento e com as recomendações do médico”, planeja o paciente.

Avanço na especialidade ortopédica e oncológica do HGP

Agora o HGP conta com a especialização em oncologia óssea, financiada pelo governo Estadual, por meio da Secretaria de Saúde, sendo cursada pelo médico do HGP, Ronaldo Rêgo Rodrigues, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ) e no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), bem como visita médica no Instituto Nacional do Câncer (INCA). Anteriormente os pacientes com tumores ósseos eram tratados fora do Tocantins.

O ambulatório de oncologia ortopédica do HGP vem atendendo uma média de 30 a 40 pacientes ao mês, sendo que a maioria é dos municípios tocantinenses e alguns de outros Estados. Nestes atendimentos, inclui a realização de biópsias ósseas feitas no centro cirúrgico do próprio hospital. (Ascom Sesau)