A presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Tocantins (SINPOL-TO), Nadir Nunes, recebeu com estranheza a “informação” divulgada na sexta-feira, 21, segundo a qual o Governo do Estado estaria analisando a viabilidade de equiparar o salário das diversas classes de toda a Polícia Civil tocantinense.
Para ela, caso o governo tenha dado tal garantia, a realidade econômica do Estado teria mudado muito entre agosto do ano passado – quanto a Polícia iniciou uma greve diante do caos na Segurança Pública – e o presente momento.
Nadir refere-se à luta da categoria, para garantir condições mínimas de trabalho – já que todas as unidades de polícia estão sucateadas, além de direitos básicos dos policiais, como a progressão na carreira.
“Todo policial civil tocantinense quer a paridade salarial. Quem é louco de não defender que todos ganhemos como perito criminal? Afinal, a carreira de perito tem salário inicial de aproximadamente R$ 9 mil, enquanto as outras carreiras – com exceção da de delegado – começam ganhando menos da metade disso”, questiona Nadir.
Seu questionamento, portanto, é a distância entre o discurso e a prática nesse governo, que promete analisar a equiparação salarial na Polícia Civil, mas, na prática, protela os concursos públicos da própria Polícia Civil e da Defesa Social, alegando não haver condições financeiras para tal.
A realização dos dois certames foi uma das garantias dadas por esse governo que aí está, à categoria policial em agosto do ano passado, para evitar uma greve. O governo se comprometeu a realizar e homologar o concurso da Polícia Civil, até o próximo mês de junho, sob pena de não poder chamar os aprovados, por tratar-se de ano eleitoral.
Já o concurso da Defesa Social – quando for realizado – vai garantir o retorno dos agentes penitenciários (que pertencem à Polícia Civil) à Secretaria da Segurança Pública, o que amenizaria a dificuldade decorrente da falta de pessoal nas delegacias de polícia, principalmente dos policiais que são responsáveis pelas investigações.
Para conseguir estas e algumas outras melhorias a categoria teve que se sacrificar, por exemplo, abrindo mão do retroativo das progressões referentes aos anos de 2012 e 2013. “Fizemos enormes sacrifícios, inclusive, assumindo o ônus de justificar aos colegas, que não receberiam os valores retroativos de suas progressões em atraso e agora o governo quer vender facilidade. Por isso, essa promessa de equiparação salarial será cobrada, independente de quem esteja à frente do Sinpol, vamos lutar para que seja efetivada, e que os governantes não usem mais essas manobras, na tentativa de enganar uma categoria, que todos os dias colocam suas vidas em risco, defendendo o cumprimento da justiça, e que não seja vítima de mais uma promessa desse desgoverno”, disparou a sindicalista.