Um comentário feito na internet pelo major da Polícia Militar, Marcel Sales Campelo, diretor das Ações e Programas da Secretaria da Juventude (Sejuv) na internet, onde o mesmo exaltou a ditadura e agradeceu os presidentes militares, Castelo Branco, Costa e Silva, Geisel, Médici e Figueiredo, causou repúdio por parte do Movimento Estudantil Coletivo Kizomba.
Marcel Campelo que, nos dois últimos anos, foi rapidamente promovido pelo governador de capitão a major disse: "Hoje é o cinquentenário da Revolução Gloriosa de 1964. Obrigado Castelo Branco, Costa e Silva, Geisel, Médici e João Figueiredo. #TeamVerdeOliva #Brasilpotência #Ninguémseguraessepaís", comentário feito por Marcel no dia 31 de março, data em que é lembrado os 50 anos do início do Golpe Militar que implantou a ditadura militar no Brasil. O post foi escrito no twitter, facebook e Instagram.
O Coletivo Kizomba, representado pelo seu dirigente, Cristian Ribas, manifestou-se nesta quarta-feira, 2 de abril, com repúdio ao comentário e afirmou que a manifestação de apologia e exaltação a Ditadura Militar apregoada por Marcel é inadmissível e repugnante, pois após 50 anos do golpe militar de 64, que censurou, torturou e matou milhares de jovens no País, pessoas responsáveis pela formulação e execução de Políticas Publicas para a juventude, propague tal comentário. “É inadmissível que propague tal tipo de aforismo contra as liberdades civis e aos direitos humanos fundamentais”.
“Tal tipo de desrespeito ao Estado Democrático de Direito imprime uma violência simbólica incompatível com a administração publica e a gestão de políticas para a juventude”, manifestou o Kizomba.
O Kizomba ainda lembrou que uma das primeiras ações dos militares tão logo deram início ao golpe de Estado em 1964 foi incendiar a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), localizada na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, um símbolo de democracia e do poder jovem. “O movimento estudantil, nunca irá esquecer as atrocidades cometidas durante a ditadura, que prendeu e assassinou jovens que sonhavam com o país diferente”.
O Coletivo Kizomba ainda informou que luta e defende o direito a resistência democrática do povo brasileito e que o período da ditadura foi vencido à custa de muito “sangue e tortura da juventude brasileira”. Finaliza.
Não é a primeira vez que Marcel Campelo envolve-se em polêmica nas redes sociais. Ele também chegou a ser questionado por internautas quando ainda era capitão e, atuando na Casa Militar do Palácio Araguaia, usava as redes sociais para atacar desafetos políticos.
Após a repercussão do comentário, Marcel publicou em seu Instagram um comentário afirmando que recebeu inúmeros ataques. “Passei o dia inteiro recebendo ataques por conta de uma foto postada sobre o regime militar na qual agradecia aos generais pelo período áureo. Classificado como a escória da sociedade, imbecil, desaculturado e intransigente. Mediei comentários contrários e os exclui. Lembrei do caso do Chiquinho Scarpa, duramente criticado por enterrar um carro e só depois veio a público que era uma ação para conscientizar sobre a doação de órgãos e tecidos... A minha intenção ao censurar os comentários é exatamente essa: lembrar que não existe democracia sem liberdade de expressão e por mais discordante que o meu pensamento seja do seu, isso não lhe dá o direito de me violentar, ofender, tripudiar... #GolpeMilitar #50anos#DitaduraNuncaMais #ZoeiraNeverEnds.
Confira post de Marcel no link: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=608144519269030&set=p.608144519269030&type=1&theater