Gestores, representantes sindicais do comando de greve dos técnicos-administrativos e representantes dos alunos da Universidade Federal do Tocantins (UFT) devem se reunir nesta terça-feira (8), às 10h, na reitoria, para uma nova rodada de negociações sobre a greve dos servidores que teve início no dia 24 de março. A reunião foi convocada pelo reitor, Márcio Silveira, no final da tarde da ultima segunda-feira (7), que marcou também para depois do encontro uma coletiva de imprensa. Uma das maiores preocupações da reitoria e dos estudantes é quanto ao andamento do calendário acadêmico, ameaçado pela não realização de matrículas em alguns campus.
Segundo o presidente do Sindicato dos Técnicos Administrativos da UFT e IFTO (Sintad), Edy César Passos, o processo de matrículas, que deveria ter começado na segunda-feira e ser encerrado na quarta-feira (9) para os classificados em primeira chamada no Vestibular 2014/1, está paralisado em Palmas e Araguaína, e em Gurupi e Porto Nacional as secretarias acadêmicas estão apenas recebendo documentação dos novos alunos. Nos demais campus, a informação é de que as matrículas ocorrem normalmente.
A medida definida pelo comando de greve afeta mais de 1,1 aprovados no último processo seletivo para cursos de graduação nos quatro campus onde as secretarias acadêmicas não estão realizando matrículas. Além disso, sem os técnicos-administrativos, o ajuste de matrículas de alunos veteranos e as colações de grau dos concluintes neste semestre também correm o risco de atrasar.
A pró-reitora de Graduação, Berenice Aires, informou que os processos administrativos estão sendo mantidos na medida do possível. "Diante dessa situação, a única coisa que podemos garantir é que todos aqueles que foram aprovados no vestibular serão matriculados e irão estudar na UFT. A questão sobre 'quando' vai depender dos desdobramentos da greve", afirmou.
O reitor, Márcio Silveira, disse que o início do primeiro semestre letivo de 2014 está mantido no próximo dia 22, mas admite a possibilidade de que a greve volte a afetar o calendário acadêmico da instituição.
"Para nós, matrícula é um serviço essencial que deveria ser mantido, mas não recebemos essa definição do comando de greve. Então para mediar o direito dos servidores de entrar em greve, que é legítimo, e o direito de matrícula dos alunos, que é igualmente legítimo, o único caminho é a via judicial, o Ministério Público. Do ponto de vista da reitoria nós estamos fazendo tudo o que é possível nessa questão", disse.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Vanicleisson Karajá, informou que os alunos têm procurado dialogar com o comando de greve. "Em uma reunião que realizamos no dia 28 eles afirmaram que os processos de matrículas dos calouros, ajustes dos veteranos e de formatura não seriam prejudicados, mas depois que eles tomaram a decisão de não realizar as matrículas não conseguimos voltar a conversar com o comando de greve", afirmou.
O comando de greve não confirmou participação em reunião com os estudantes agendada pelo DCE com os Centros Acadêmicos para o fim da tarde da ultima segunda-feira (7), mas o líder dos técnicos-administrativos, Edy Passos, disse que a categoria está disposta a negociar. "Os prejuízos provocados fazem parte da greve, essa é a forma que temos de pressionar", declarou ele à Diretoria de Comunicação, por telefone.