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Estado

Foto: Divulgação

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A sub-bacia do Ribeirão Taquaruçu Grande, responsável por quase 70% do abastecimento de Palmas, sofre com os prejuízos da ação do homem. O governo do Estado, por meio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), a Companhia de Saneamento do Tocantins (Saneatins) e demais parceiros desenvolvem o projeto Taquaruçu: Uma fonte de vida.

Segundo a gerente da Área de Preservação Ambiental (APA) Lajeado, Nazareth Sapondi, a degradação ambiental do Ribeirão Taquaruçu Grande é resultado do desequilíbrio provocado pela ação humana ao longo dos anos. “O volume de água tem diminuído em função da utilização inadequada, como o avanço de propriedades às margens do Ribeirão e o consequente desmatamento da mata ciliar, o que causou represamento em algumas áreas, acúmulo de lixo em outras. Daí a importância do projeto, que visa promover o manejo sustentável da sub-bacia, em parceria com os proprietários rurais”, afirmou.

Com a finalização do diagnóstico da área, teve início o cadastramento de produtores rurais e agricultores familiares cujas propriedades estejam próximas do Taquaruçu Grande e que possuam áreas com mata ciliar preservadas ou que precisem de reflorestamento e que poderão receber pagamento por serviços ambientais.

Segundo Nazareth, os produtores e agricultores familiares que aderem ao projeto são considerados “produtores de água”, assumindo o compromisso de preservar as vegetações nativas próximas ao manancial, além de adotar ou manter práticas sustentáveis de uso da terra. “A recuperação da APP [Área de Preservação Permanente], a restauração da vegetação nativa, execução de obras de execução do solo, práticas ambientais menos impactantes, são alguns dos critérios para garantir o apoio”, disse.

Posteriormente os técnicos avaliam se houve conservação de água e solo, conservação ou recuperação da vegetação nativa e a restauração florestal para que seja feito o pagamento. “A avaliação leva em conta estes e outros quesitos ,e a partir daí, é calculado o valor a ser repassado a cada produtor que fez adesão ao projeto”, garantiu, explicando que esses recursos são uma compensação pelo trabalho prestado à preservação do meio ambiente.

Todas as propriedade rurais da bacia hidrográfica que são atravessadas pelo curso do Ribeirão Taquarussu estão recebendo os técnicos ambientais que têm o objetivo de cadastrar os produtores interessados em participar do projeto. Para a realização desse trabalho, todo o curso foi dividido em 15 trechos, sendo o de número 8, localizado próximo a Estação de Tratamento de Água ETA 6, a primeira região a ser recuperada, já que situação no local é uma das mais precárias de todo o curso. O trecho, que conta com uma área de cerca de 1.500 hectares, fica na região oeste da bacia e possui 97 propriedades.

Desenvolvido no formato de Unidade de Gestão de Projeto (UGP), o projeto Taquaruçu Grande: Uma fonte de vida partiu de um projeto de sustentabilidade desenvolvido pela Companhia de Saneamento do Tocantins (Saneatins). Também fazem parte do projeto a Fundação Grupo Boticário, o Instituto de Conservação Ambiental The Nature Conservancy do Brasil (TNC), a Agência Nacional da Água (ANA), o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) , Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), Embrapa, associações de chacareiros da bacia, entre outros.

Parceria com escola

Outra iniciativa que está reforçando as ações de recuperação do Córrego Taquarussu Grande é o projeto “Vamos Cuidar do Taquaruçu Grande”, desenvolvido desde 2012 pelo Naturatins através da unidade de apoio na APA Lajeado.

O projeto, que visa à recuperação de áreas degradadas ao longo do córrego e suas matas ciliares, é realizado em conjunto com a Escola Municipal de Tempo Integral João Beltrão, e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Palmas e da Associação Água Boa. Consiste no trabalho dos alunos que, preocupados com o acúmulo de lixo às margens do córrego, realizam trabalhos de limpeza, além de sensibilizar a comunidade local e turistas sobre a importância da preservação.

Além disso, os jovens fazem a reposição da mata ciliar que sofreu degradação, e para isso contam com o apoio integral do Naturatins. “Além de 100 mudas que já foram plantadas, o parque disponibilizou um canteiro dentro do viveiro para que os alunos também possam produzir suas mudas e deixá-las até a época do plantio”, comemorou a gerente da APA Lajeado, Nazareth Sapondi. (ATN)