No resultado das eleições proporcionais, localizamos policiais militares eleitos de forma destacada em São Paulo, Brasília, Pará, Piauí e Minas Gerais para citar alguns exemplos, que se somam aos eleitos para a bancada federal, em Brasília. Policiais militares, nas duas últimas décadas, com maior empenho, começaram também a investir na fundamental trajetória política.
A cada 02 anos a sociedade movimenta-se como um pêndulo. Na senda deste relevante debate, participei na PUC-SP, da arguição de doutorado de um policial de Moçambique que a certa altura questionava se a polícia era instrumento ou instituição?
O orientador da tese professor-doutor Alípio Casali, filósofo, que tem experiência na gestão pública municipal, narrou sobre o sonho de que a conduta social em espaços públicos prescinda da presença física de um policial; que ao invés de Secretaria de Segurança Pública venhamos a ter um dia a Secretaria da Confiança Pública; referindo-se a todo o País.
Lembrei que se pudéssemos trabalhar apenas com a “ideia de polícia”, a saber, a simples possibilidade de ser surpreendido em falta penal fizesse com que todos e todas agissem com educação e decência, sem linchamentos, sem depredações e sem invasões de propriedades; manteríamos acesso o fio civilizatório, que um dia nos uniu.
A sociedade quando elege policiais militares e demais servidores que atuam na persecução criminal sinaliza o desejo simbólico de minimizar corrupção, frear desmandos, maior cumprimento das leis e prisão de criminosos, ou seja, este perfil de eleitor clama por segurança e teme outras anomias sociais, razão pela qual escolhe profissionais “da lei e da ordem”. Cobraremos para que os parlamentares possam sempre “ver com os olhos livres” e continuem espalhando o fertilizante das ideias que fortalecem as Instituições, em especial as Polícias Militares, visando atender as mudanças que a sociedade tanto espera.
*Ronilson de Souza Luiz, capitão da Polícia Militar, doutor em educação pela PUC/SP e professor na OAB-ESA. (profronilson@gmail.com)