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Polí­cia

Foto: Ascom Sinpol

Mesmo em greve por causa da suspensão de conquistas históricas aguardadas há mais de oitos anos, a Polícia Civil do Tocantins impediu, na tarde deste domingo, 1º de março, a entrada de dez celulares e um maço de maconha dentro da CPPP (Casa de Prisão Provisória de Palmas). Os aparelhos telefônicos e a droga estavam com dois homens do lado de fora da CPPP.

Os dois homens, que não agiam juntos, tentavam atirar os celulares e a droga para dentro do presídio, em papéis que inclusive contavam com o número da cela que tinha de receber o material. “Nós estamos em greve e mantemos apenas 30% dos serviços funcionando, como as ações essenciais. Porém, somos policiais responsáveis e não íamos nos furtar de atender essa ocorrência. Aguardamos, agora, que o governo tenha responsabilidade e nos faça uma proposta”, destacou o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins), Moisemar Marinho.

Segundo o Sinpol, a ação dos dois homens ocorreu no momento em que os grevistas estavam concentrados na entrada da CPPP. Presos, eles foram encaminhados para a Delegacia de Plantão, onde tiveram os autos de autuação lavrados.

Em outra atitude na qual os grevistas mostraram total respeito com a população do Tocantins, policiais civis ajudaram no controle de um princípio de rebelião no presídio de Porto Nacional. Mesmo em greve, alguns policiais acompanharam um preso ferido para que ele pudesse ser atendido em um posto de saúde. “Em razão da diminuição de efetivo, não temos como permitir visitas aos presos, mas caso de saúde grave como esse nós atendemos. Somos uma polícia responsável”, ponderou o líder sindical.

Iniciada na quarta-feira, 25 de fevereiro, a greve da Polícia Civil é um movimento para protestar contra decreto do governador Marcelo Miranda que suspendeu os efeitos financeiros da lei 2.851/2014. Resultado de mais oito anos de negociação e luta da categoria junto ao governo do Estado, a lei faz o alinhamento das carreiras dos policiais civis de nível médio aos de nível superior, deixando apenas um nível na corporação.

O alinhamento das carreiras foi feito em 2007 pelo próprio governador Marcelo Miranda na sua penúltima gestão, mas a regulamentação e a aplicação efetiva dessa igualdade se arrastou por todos os governos nos últimos oito ano. Somente em abril de 2014 os policiais conseguiram obter a regulamentação do alinhamento, com efeitos financeiros que começariam em janeiro de 2015.

Levantamento feito pelo Sinpol mostra que o impacto financeiro para o cumprimento da lei em 2015 não é grande e representa apenas 1 % da folha de pagamento do Executivo Estadual. A lei beneficia cerca de 1,3 mil policiais civis de todo o Tocantins.