Anualmente o mundo comemora no dia 21 de março, sábado, o Dia da Síndrome de Down. A data não foi escolhida por acaso, ela faz alusão aos três cromossomos no par de número 21, característico das pessoas portadoras da síndrome. Os motivos para a ocorrência da mutação genética ainda são desconhecidos, mas o que se sabe é que começa na gestação, quando as células do embrião são formadas com 47 cromossomos, ao invés de 46. O Dia Internacional da Síndrome de Down visa chamar a atenção das pessoas para a luta dos familiares e amigos pelos direitos iguais e pela inclusão dos portadores de Down na sociedade.
As crianças portadoras da síndrome necessitam de estímulo precoce e tempo para o desenvolvimento, que no geral é mais lento. Por isso elas precisam contar com o apoio de especialistas para adquirir e aprimorar suas habilidades tanto física como intelectual O tratamento precoce pode proporcionar melhor qualidade de vida e dar a elas mais capacidade para enfrentar os obstáculos e desafios da convivência com a síndrome.
Tendo conhecimento do serviço que oferecido pelo Estado através do Centro Estadual de Reabilitação (CER), Adriana Tabuse já deu início as sessões de fisioterapia que estão sendo oferecidas a pequena Giovana, de apenas três meses. “Fiquei muito feliz ao saber que teria essa oportunidade de iniciar o tratamento precoce. E mais feliz ainda quando conseguimos o encaminhamento para o Centro de Reabilitação. Nossa intenção e esperança é que com o tratamento nossa filha possa se desenvolver mais”, disse a mãe.
O Centro de Reabilitação de Palmas e o Centro de Reabilitação Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Colinas oferecem tratamento físico e intelectual específicos para portadores da síndrome de Down. Já nas unidades de Araguaína e Porto Nacional são realizados atendimentos físicos. De acordo com a fisioterapeuta que atende na Capital, Letícia Menegon, o tratamento precoce é essencial para o desenvolvimento motor de bebês como a Giovana.
“O bebê que tem síndrome de Down requer alguns cuidados após o nascimento. Uma das características da síndrome é a hipotonia muscular, ou seja, eles são mais molinhos. A fisioterapia pode ajudar a criança a se movimentar corretamente e fortalecer o físico”, explicou a fisioterapeuta.
A fisioterapeuta informou ainda que os bebês recebem estimulação sensório-motora, que trabalha a parte motora, com estímulo a sustentação do pescoço e o levantamento da cabeça, por exemplo, e na parte sensitiva, com estímulo ao conhecimento dos objetos como brinquedos, bolas e rolos.
Outra criança que também está sendo atendida no Centro de Reabilitação de Palmas é a Ana Maria, de pouco mais de um ano. Ela está sendo acompanhada pela equipe multiprofissional do Centro há três meses e, segundo a mãe, Átila Nascimento, o progresso é perceptível. “Quando ela iniciou o tratamento, só deitava. Agora ela senta, anda, levanta nas coisas, fala palavrinhas. Dentro desses dois meses vi uma evolução muito grande”, informou.
Ana Maria também já faz sessões com a fonoaudióloga, Yana Camilo Bringel, que destaca a importância de estimular precocemente a fala e a linguagem. “Na parte motora, trabalhamos a parte de musculatura das bochechas e lábios, pois no portador da síndrome eles são mais molinhos. Tem alguns bebês que tem dificuldade pra mamar, por isso tentamos trabalhar pra melhorar, estimular também a linguagem e a fala com expressões labiais e sons”, informou.
Os pais acompanham todo o tratamento oferecido pelo Centro de Reabilitação e são habilitados a continuar os estímulos físicos e intelectuais em casa. A equipe multiprofissional do CER de Palmas é composta por fonoaudiólogo, nutricionista,neurologista, pediatra, terapeuta ocupacional, psicólogo, ortopedista e clinica médica. (Ascom Sesau)