A Hemorrede, realiza um procedimento indispensável para a vida de muitos pacientes, principalmente para aqueles que possuem algum tipo de câncer. Trata-se da doação por aférese. A palavra aférese significa separar ou retirar através de um equipamento próprio os componentes do sangue total (plasma, glóbulos brancos e vermelhos e plaquetas), deixando apenas o que foi programado para a coleta. Os outros são devolvidos automaticamente para o doador.
Atualmente, no Estado, as plaquetas são retiradas e encaminhadas para doação. Elas são as células responsáveis pela coagulação e atuam quando um vaso ou um órgão do corpo é lesado, formando uma barreira que impede o sangramento. A enfermeira Maika Guerra, explica que o processo de doação por aférese é simples. “O sangue é retirado da veia de um dos braços, como na doação convencional, passa pelo equipamento automatizado que retém parte das plaquetas. Depois disso o sangue retorna para o doador, com todos os outros componentes. É um procedimento seguro e livre de contaminações”, informou.
Ainda de acordo com ela, em até 24 horas o organismo repõe a quantidade de plaquetas que foi retirada, possibilitando ao doador, se desejar, fazer nova doação 48 horas depois, sem prejuízo algum para a saúde. “Quando as pessoas doam plaquetas elas estão contribuindo com atos cirúrgicos de grande porte, com transplantes, com pacientes em tratamento contra o câncer, principalmente os de leucemia, ou com vítimas de traumas, pois eles precisam de plaquetas para evitar hemorragias. Atualmente, nossos maiores consumidores de plaquetas são os pacientes oncológicos”, ressaltou a enfermeira.
Como funciona
Ao contrário da doação convencional, onde a pessoa se prontifica a doar voluntariamente, na doação por aférese o doador é convidado pelo Hemocentro a passar pelo procedimento. Um dos requisitos para este ato é de que o doador já tenha feito pelo menos duas doações de sangue da maneira convencional antes de fazer a doação por aférese.
A responsável pela captação do Hemocentro, Denis Gomes, destaca que os contatos com os doadores são feitos diariamente. “Nós entramos em contato e convidamos os doadores a conhecer o procedimento. As plaquetas têm apenas quatro dias de vida, por isso convidamos em média três doadores por dia, mas nem todos comparecem, ou não estão aptos a doar. Precisamos que as pessoas conheçam e entendam esse trabalho, para que o número de doadores aumente”, explicou.
Convite aceito
César Martins Barbosa, doador de sangue há cinco anos, foi convidado pela equipe do Hemocentro a fazer a doação de plaquetas por aférese e não pensou duas vezes, aceitou e se diz grato por poder ajudar outras pessoas. “Me ligaram oferecendo a doação por aférese, eu não conhecia, mas devido a necessidade me dispus a conhecer o equipamento, o procedimento e o que é feito com o sangue. Vi que é um procedimento seguro, as enfermeiras explicaram como é realizado e estou me sentindo muito bem”, relatou.
A doação
A doação por aférese é um pouco mais demorada se comparada à convencional, durando aproximadamente 1 hora e meia. Para doar, o candidato deve estar bem de saúde, ter doado sangue no mínimo duas vezes antes do procedimento e evitar o consumo de alimentos gordurosos nas 2 horas que antecedem a doação. Além disso, deve seguir todas as recomendações da doação convencional. O doador pode fazer até 24 doações por aférese em um ano e as coletas são realizadas no anexo do Hemocentro, localizado no Hospital Geral de Palmas (HGP), que atende de segunda a quinta-feira das 8h às 13h.