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Campo

Foto: Divulgação

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O Dia de Campo sobre as tecnologias adotadas no Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), voltadas para o sistema integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), levou  mais de 500 pessoas a Fazenda Laço de Ouro, localizada no município de Almas, a 276 km de Palmas, no sábado (25). O evento foi uma realização do Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Com quatro estações, o Dia de Campo mostrou aos visitantes as características do sistema de integração, a implantação inicial do eucalipto, estratégias de alimentação na seca e as possibilidades de crédito.

Na primeira estação, o extensionista do Ruraltins, João Filho, abordou os vários aspectos da ILPF, citando a fazenda como exemplo, pois há dois anos, em uma área de cinco hectares, foi implantada uma Unidade Demonstrativa, empregando a tecnologia de recuperação/ renovação de pastagens em consórcio com culturas anuais, para recuperação de áreas degradadas.

“Adotamos aqui os princípios do Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono).  Inicialmente integramos pastagem e lavoura, com o plantio do milho sequeiro.  Na etapa seguinte, no mesmo sistema integrado, entramos com o cultivo do sorgo forrageiro para a produção de silagem e o eucalipto, que futuramente produzirá a madeira, e daqui a dois anos será introduzido o gado. A grande vantagem desse  sistema é a diversificação das atividades, dentro da propriedade”, explicou o extensionista, ressaltando que a pesquisa aliada a  extensão rural são fundamentais para o sucesso do projeto.

Na segunda estação, o pesquisador Alisson Moura Santos, da Embrapa, abordou sobre a implantação inicial do eucalipto, componente florestal, utilizado na propriedade. Já na terceira estação, Pedro Alcântara, também da Embrapa, mostrou estratégias de alimentação na seca. Na quarta e ultima estação a gerente de crédito rural, do Ruraltins, Ana Luiza Lobo, falou sobre as possibilidades de crédito, ressaltando as diversas linhas de financiamentos disponibilizadas pelas instituições financeiras, voltadas especificamente para o agricultor familiar investir na sua propriedade. Ao final de cada estação os palestrantes responderam aos questionamentos dos participantes sobre o sistema ILPF.

Lucratividade

Presente no Dia de Campo, o presidente do Ruraltins, Pedro Dias, destacou que o plano ABC, contribui muito para o aumento da produtividade no campo, bem como para a geração de renda. “Nós somos parceiros da Embrapa, no Plano ABC, e vamos trabalhar cada vez mais para impulsionar essa tecnologia, pois além de trabalhar a questão da sustentabilidade, o sistema mostra que com planejamento é possível obter  lucratividade. É uma alternativa economicamente, socialmente e ambientalmente sustentável para o agricultor, pois incentiva a rotação de culturas e a diversidade da produção”, avaliou.

O agricultor familiar Neiçon Gomes de Souza, proprietário da fazenda, afirma que a adoção do sistema está sendo positiva. "Estamos na fase inicial, as exigências são muitas, mas já vamos colher frutos, com a venda da silagem. E como criamos gado, futuramente o eucalipto dará mais conforto aos animais, além de gerar renda, com a venda da madeira”, acrescentou o produtor.

Participantes

Participaram ainda do Dia de Campo, o Chefe geral da Embrapa, Pesca e Aqüicultura Carlos Magno Campos da Rocha, o Senador Donizeti Nogueira, o Delegado Regional do Ruraltins, de Taguatinga, Alessandro Diniz Chaves, estudantes, agricultores, pesquisadores e técnicos da extensão rural.

URT

Atualmente, o Estado conta com 40 Unidades de referência em tecnologia do programa de Agricultura de Baixo Carbono para recuperação de áreas degradadas, sendo 36 delas implantadas pelo Ruraltins.

No Tocantins 33 municípios estão sendo contemplados com as URT dentre eles: Axixa, Itaguatins, Itaporã, Arapoema, Nova Olinda, Araguaina, Santa Fé do Araguaia, Araguatins, Bom Jesus do Tocantins, Miracema, Brejinho de Nazaré, Praia Norte, Angico, Almas, Dianópolis, Taguatinga, Campos Belos, Pium, Gurupi, Araguaçu, Pugmil, Guarai, Colméia, Rio Sono, Palmas, Paraíso, Porto Nacional, Aliança do Tocantins, figueirópoilis, Jaú do Tocantins, combinado, lavandeira e Cristalândia. 

Área degradada

O Tocantins possui 5 milhões de hectares de áreas com algum grau de degradação. O dado é da Coordenadoria de Transferência de Agrotecnologia do Estado, que é ligada à Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro)..

ABC

O Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono foi criado em 2010 pelo Governo Federal e concede benefícios e créditos para os agricultores que querem adotar técnicas agrícolas sustentáveis.

O ABC tem como principais objetivos promover a redução de emissões de gases de efeito estufa, oriundas das atividades agropecuárias; reduzir o desmatamento; aumentar a produção agropecuária em bases sustentáveis; ampliar a área de florestas cultivadas; e estimular a recuperação de áreas degradadas.