A Caravana do Esporte e a Caravana das Artes realizam mais uma etapa dos projetos em Palmas, no Tocantins, a partir desta sexta-feira, 23 de outubro. A ação no município será marcada pela integração com povos indígenas, uma vez que eles estarão reunidos na capital tocantinense para a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI). Em especial para essa etapa, os projetos trazem o espaço interativo “Esporte e Arte: Direto de Todos”, onde haverá exibição de conteúdos audiovisuais, divulgação das metodologias educacionais e discussões sobre o direito da infância no espaço reservado ao Unicef, sempre pautados pela temática indígena.
A tenda estará aberta para a visitação do público a partir do dia 23 e encerra as atividades no dia 31 de outubro. As crianças indígenas e não indígenas da rede pública de Palmas e da região do entorno poderão aproveitar o desenvolvimento da Caravana do Esporte e da Caravana das Artes, na área externa da Faculdade Católica do Tocantins, nos dias 26, 27 e 28 deste mês.
Durante as atividades, os professores do Instituto Esporte Educação aplicam conceitos da metodologia “Esporte para Todos”, na qual a prática da atividade física tem viés educacional e inclusivo. O mesmo ocorre nas tendas artísticas. Com música e dança, as crianças atendidas aprendem por meio da metodologia “Arte para Educar”, desenvolvida pelos educadores do Instituto Mpumalanga. O atendimento total atinge 3.000 crianças ao longo dos três dias de ação (500 por turno manhã/tarde). Os projetos também têm atividades voltadas para adolescentes. A Oficina Jovens Autores, desenvolvida pelos professores Vinícius Campus e Patrícia Secco, ensina técnicas de redação com o objetivo de os alunos se expressarem por meio da escrita. Ao ter conhecimento das técnicas, os participantes produzem textos próprios e revelam histórias.
Na Oficina Jovens Comunicadores, o professor Josafá Filho também trabalha com a expressão dos alunos, porém utilizando técnicas teatrais. Ambas oficinas rendem certificados aos alunos. A Caravana do Esporte e a Caravana das Artes também atendem professores da rede pública, visando à continuação das metodologias, que podem ser empregadas no cotidiano das atividades escolares. São 300 vagas para educadores, 150 destinadas ao esporte e 150 às artes. Ao fim dos três dias de formação são certificados. Poderão participar professores da rede estadual, mestres de cultura e saberes, monitores da área de esportes, lideranças indígenas, estudantes universitários da área de Educação Física e outras especialidades.
No dia 29 de outubro, está marcado o Seminário “Esporte e Arte Educacionais, indígena e não indígena - Pela Identidade, Diversidade e União entre os povos”. O encontro visa refletir sobre o poder de educar do esporte e da arte, bem como o respeito às tradições locais. Irão palestrar professores do Instituto Esporte e Educação (IEE) e do Instituto Mpumalanga, Rodrigo Fonseca (Coordenador do Programa de Esporte do Unicef/Brasil), Marcos Terena (Comitê Intertribal), Ana Moser (presidente do IEE), Tonico Benites (liderança do povo Kaiowá-Guarani, no Mato Grosso do Sul com pós-doutorando em antropologia no Museu Nacional da UFRJ); João Paulo Barreto Tukano (Integra o Colegiado Indígena dos Alunos de Pós-Graduação em Antropologia Social e Sociedade e Cultura na Amazônia, da Universidade Federal do Amazonas).
A mediação fica por conta da jornalista Adriana Saldanha, diretora dos projetos Caravana do Esporte e Caravana das Artes, e do professor especialista em metodologias educacionais pelo esporte Alexandre Arena. O seminário será dividido em quatro painéis: “Esporte e cultura como direito” (Parte I e Parte II); “Escola indígena, saberes tradicionais” e “Políticas Públicas e Garantia de Direitos”.