A arena verde foi palco nessa sexta-feira, 30, de competições entre os povos indígenas de várias etnias, durante a realização dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
Com um clima agradável, após a chuva que caiu durante a manhã na Capital, o público compareceu à arena verde para prestigiar a corrida de 100 metros entre os povos indígenas.
No masculino, o povo Xerente foi o vencedor da corrida de 100 metros na areia, e as meninas da etnia Pataxó levaram a melhor, durante a corrida.
Apresentações tradicionais
Após a corrida os indígenas da etnia Rikbaktsa, conhecidos com o grandes canoeiros do país, apresentaram o ritual do fogo sagrado. Um indígena guerreiro carrega um graveto e uma madeira representando o ritual para acender o fogo durante os jogos, enquanto o publico da arquibancada aplaudia.
Em seguida a etnia Bakairi apresentou um ritual, escolhido entre eles, para o público da arquibancada em agradecimento aos dias de competição. Os indígenas desfilaram pela arena invocando o espírito, vestidos com a capa, vestimenta feita de capim e acessórios da natureza, entoando cânticos de agradecimentos pelos alimentos conseguidos a exemplo do peixe, como forma de agradecer o alimento e pedir fartura para o presente e para o futuro.
Cabo de força
Uma das competições mais esperadas pelo público que compareceu a arena verde, foi o cabo de força, competição em que dez participantes de cada etnia disputam a corda, pela força.
A disputa entre a etnia Xerente e a tribo Rikbaktsa, levou o público das arquibancadas a torcer pela etnia brasileira.
Com muito equilíbrio e força entre os dois lados, a disputa foi bastante acirrada até que os indígenas Rikbaktsa, entregou os pontos e foram vencidos pela força dos Xerente.
Outra disputa muito concorrida foi entre a tribo do México e os indígenas brasileiros da etnia Kaingang, sendo que os mexicanos levaram a melhor.
Duas etnias do Estado do Mato Grosso, os Bakairi e os Kuikuro, entraram na arena verde para disputar o cabo de força, conhecido popularmente entre nós brasileiros, como cabo de guerra. Equilíbrio e muita concentração, e a animação da arquibancada levaram os Baikairi a vencerem a disputa.
No final da disputa de corda, os indígenas Gavião foram vencidos pelos Borôro Boé, que receberam o aplauso da arquibancada.
Após a competição, os povos Karajá-Xambioá entraram na arena verde para apresentar o seu ritual de agradecimento pelos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
Futebol de cabeça
Ao invés da bola no pé, eles usaram a cabeça para disputa do futebol de cabeça. A bola, feita de látex da mangabeira, era tocada apenas quando os indígenas mergulhavam de cabeça na areia para jogá-la no campo do adversário.
Os Paresi enfrentaram os Manoki durante o futebol de cabeça, onde a bola é lançada para um dos jogadores adversário rebatê-la, com a cabeça, sem jamais toca lá com os pés, sendo que o jogador que conseguir furar o bloqueio do adversário, ganha pontos.
Para abrilhantar a festa, em tom de brincadeira, o locutor anunciou ao público presente que os indígenas decidiram que cada ponto ganho seria trocado por uma guerreira da tribo oponente.
Durante as jogadas, quem marcasse pontos, se dirigia até a guerreira do time perdedor e a levava consigo para o outro lado do campo.
O público aplaudia a cada lance da partida e ovacionava o momento em que as guerreiras dos times eram trocadas entre si.
Corrida de tora
A corrida de tora marcou o final das apresentações na arena verde. O povo Gavião correu todo o perímetro da arena arrancando aplausos do público.
Os povos Paresi nunca fizeram uma corrida com tora e resolveram participar da competição a convite dos Gavião, e foram aplaudidos pelo público em seguida receberam os cumprimentos dos Gaviao. Para animar o evento, duas pessoas da arquibancada, também participaram da brincadeira da corrida com toras, encerrando assim, a participação nos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. (Secom Palmas)