Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Cultura

Foto: Manoel Junior

Capoeiristas e integrantes da sociedade civil, reuniram-se na Universidade Federal do Tocantins (UFT) no último sábado, 14, no I Primeiro Encontro da Salvaguarda da Capoeira. A ação foi realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e contou com a parceria da UFT e da Secretaria Estadual da Cultura (Secult).

O diretor de Ação Cultural da Secult, Piettro Lamonier, ressaltou a importância encontro. “A capoeira é um dos grandes patrimônios culturais brasileiros, uma manifestação cultural que abre os braços para todos. Discutir a salvaguarda da capoeira é cuidar para que a cultura brasileira seja preservada”, afirmou.

O processo de mobilização para o encontro começou em agosto, como explicou o superintendente do Iphan no Tocantins, Antônio Miranda. “Todos os estados da federação estão discutindo seus planos para a salvaguarda da capoeira, aqui no Tocantins iniciamos o processo de mobilização no mês de agosto, para que hoje pudéssemos contribuir com a construção de políticas voltadas para preservar esse bem cultural”, declarou.

No período da manhã, a superintendente do Iphan de Roraima, Monica Padilha, explanou sobre a Política de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em seguida o mestre de capoeira, Manoel Pio, conhecido como Mestre Sabu, com 60 anos de atividade e 50 anos de trabalho, fez um relato sobre a copeira em Goiás e sua influência no Tocantins.

Na parte da tarde, em continuação à programação do evento, foram propostas diretrizes, através de eixos temáticos, para a construção do Plano de Salvaguarda da Capoeira no Tocantins. Para orientar essa ação, Monica Padilha, falou sobre a criação de um comitê gestor que decide as ações coletivas da capoeira no Estado e explicou a história e o processo de construção da Salvaguarda da capoeira em Roraima. Mestres, contra-mestres e alunos puderam esclarecer questionamentos e dúvidas sobre a iniciativa.

A chefe de divisão técnica da Superintendência do Iphan no Tocantins, Cejane Pacini, ressaltou que com o reconhecimento da roda e do ofício dos mestres como Patrimônio Material e Imaterial Brasileiro, é competência do Iphan coordenar a política de Salvaguarda da Capoeira. “A expectativa em relação ao plano é que a gente saia com as proposições dos detentores do saber e também os possíveis parceiros dessa construção coletiva”, explica.

Em seguida, ela mostrou aos participantes o relatório das visitas ocorridas nas cidades do interior do Tocantins, em que o Iphan fez um mapeamento dos grupos de capoeira existente no Estado, bem como registrou as demandas apresentadas pelos detentores do saber.

Após a apresentação dos eixos temáticos, os participantes se dividiram em grupos para propor ações e diretrizes para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Ao final, foi realizada uma plenária para a apresentação, discussão e aprovação das propostas para a criação do Plano. Dentre as propostas aprovadas estão a realização de um Fórum permanente de capoeira, a criação de um museu ou biblioteca da capoeira para difundir a história desse saber, a promoção de cursos de formação para a elaboração de projetos e captação de recursos e a criação de comitês regionais que promovam ações descentralizadas.