O Projeto Meliponicultura e a Prática de Enxertia, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), foi umas das experiências positivas voltadas para a agricultura familiar vencedora do concurso nacional de Boas Práticas em Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), lançado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O concurso teve como objetivo identificar, sistematizar e compartilhar as boas práticas, com contribuição comprovada na ação de ATER e na implementação de políticas públicas, voltadas para o desenvolvimento rural sustentável.
A experiência classificada é desenvolvida na chácara Canto Alegre, município de Wanderlândia, a 417 km de Palmas, pelo técnico agrícola e extensionista rural do Ruraltins em Araguaína, Wandro Cruz, e tem como proposta a sustentabilidade e geração de renda.
De acordo com Wandro Cruz, para a implantação do projeto foi realizado um diagnóstico inicial na propriedade para conhecer as potencialidades agrícolas do local e o perfil do proprietário, o produtor Divino Hipólito. “Com as informações do agricultor construímos um projeto de trabalho com atividades produtivas, possíveis de serem exercidas na propriedade, tendo como base o extrativismo de frutas do cerrado e a criação racional de abelhas sem ferrão”, disse o técnico.
Ainda segundo Wandro Cruz, o Ruraltins acompanha o desenvolvimento do agricultor há quatro anos e para o sucesso da experiência o órgão promoveu capacitações, orientações sobre as técnicas de manejo de criação das abelhas, produção e comercialização do mel. Hoje o agricultor conta com um meliponário com 35 caixas de abelhas sem ferrão. “O concurso deu a oportunidade de mostrar que é possível inovar e desenvolver projetos pioneiros”, finaliza Wandro Cruz.
A agricultora e esposa do seu Divino Hipólito, Josilda Benício da Silva, afirma que o sucesso do projeto se deve ao incentivo do Ruraltins que acreditou e mostrou a possibilidade de produzir mel na propriedade. “Se não fosse a insistência do técnico Wandro em nos fazer perceber que era possível desenvolver esse projeto não teríamos o que temos hoje, pois nem eu e nem meu marido acreditávamos nesse negócio de abelha sem ferrão, hoje vemos os resultados, e o melhor, já estamos tirando uma renda extra com o mel produzido”, avaliou.
Ao saber que sua propriedade foi selecionada e vai fazer parte do Caderno de Boas Práticas em Ater, além de ser conhecida no Brasil inteiro, a agricultora expressou que está muito feliz e agradecida ao Ruraltins.
Seminário de Ater
O agricultor e o técnico, que acompanha o desenvolvimento da experiência vencedora, participarão do Seminário Nacional de Boas Práticas de Ater, que será realizado no período de 1 a 3 de dezembro, em Brasília. Na oportunidade o projeto receberá o certificado de Boas Práticas, apoio do MDA para divulgação, compartilhamento e aplicação na assistência técnica e extensão rural, e comporá o Caderno “Boas Práticas de Ater na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária”, edição 2015.
Meliponicultura
A Meliponicultura é assim como a Apicultura o nome dado à atividade de criação racional de abelhas, a única diferença está na espécie.
No caso da Meliponicultura são criadas abelhas sem ferrão, nativas do Brasil e no caso da Apicultura são criadas abelhas com ferrão africanas, introduzidas no Brasil no período colonial.
As abelhas sem ferrão são nativas da região, visitam principalmente a flora nativa, ajudando na polinização e equilíbrio do meio ambiente onde estão inseridas.
A capacidade de produtividade das abelhas sem ferrão varia de 1 a 4 litros por ano dependendo da espécie e da flora disponível. O mel dessas abelhas tem um alto valor agregado, chegando até R$ 100/litro.