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Saúde

Foto: Josy Karla

Com uma conversa aberta, pedido franco de compreensão e ajuda para o enfrentamento dos problemas da área de saúde foi a marca da participação do secretário do Estado da Saúde, Marcos Musafir, na sessão plenária do Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO), nessa sexta-feira, 26, em Palmas.

Musafir aproveitou a ocasião para apresentar seu histórico de atuação profissional como médico e gestor e ofereceu aos conselheiros presentes informações sobre problemas reais encontrados nas últimas semanas quando assumiu a gestão da Secretaria do Estado da Saúde (SUS). Falou ainda sobre a primeira reunião com médicos do Hospital Geral de Palmas (HGP) logo após assumir a pasta e sobre as visitas que tem feito aos hospitais do interior.

O presidente do CRM-TO, Jaci Silvério de Oliveira, ratificou que o CRM está disposto a dialogar. “Nós queremos colaborar. É um prazer trabalhar com um profissional que sabe do que está falando. É o que sentíamos falta na secretaria”, pontuou.

A ocasião foi uma oportunidade para esclarecimento de animosidades relatadas pelos conselheiros que também atuam na rede estadual de saúde e que dialogam constantemente com pares acerca de problemas, como falhas no preenchimento de escalas de plantão, falta de insumos e materiais que inviabilizam atendimentos e procedimentos cirúrgicos e problemas de gerenciamento de equipes, entre outras situações. 

Outro ponto frisado pelo secretário e conselheiros presentes foi a disparidade salarial entre profissionais iniciantes e de carreira. Segundo Musafir, há médicos que chegam a faturar por mês remuneração que superam o teto constitucional remuneratório através do faturamento plantões extras, plantões de sobreaviso, plantões de transporte, plantões avulsos, etc.

Musafir falou ainda sobre frustração de receita, dívidas de gestões passadas, demandas judiciais e dívidas acumuladas e problemas constatados em visitas aos hospitais. “Estamos propondo como alternativa um colegiado gestor, que é um exemplo que deu certo em países como Inglaterra e Alemanha e onde os médicos têm grande parcela de decisão. Além disso, o governador Marcelo Miranda já decretou um gabinete de crise na área da saúde no Tocantins. O plano de saúde que entramos em acordo com a Justiça Federal e que vamos apresentar mudará a saúde para o povo do Tocantins, mas não vai funcionar se os médicos não ajudarem”, ponderou.

O recadastramento da fila de espera por cirurgias eletivas também foi anunciado. “Uma das causas deste problema foi a transformação de praticamente todos os médicos em plantonistas, e isso matou toda a estrutura de atendimentos eletivos. A segunda causa é a desestruturação dos hospitais. Não garanto que vamos acabar com a fila rapidamente, mas vamos diminuir, isso eu garanto”, disse Musafir.

Parceria

O presidente do CRM - TO ponderou compreender os problemas e garantiu convite a Musafir para novo encontro para mais discussões. “Estamos contentes com este diálogo e que é extremamente produtivo. O CRM não é conivente com maçãs podres. Entendemos que não se deve aceitar politicagem e exigir o que deve ser exigido, que o médico cumpra seu dever e que não haja protegidos. Quanto a ilícitos éticos, queremos ressaltar que o conselho cumpre seu dever, não vamos nos furtar”, garantiu o presidente do CRM-TO.

“Foi uma reunião de altíssimo nível como eu esperava. Vocês sabem que não tem milagre na saúde, saúde para conseguir realizar são necessários 99% de transpiração e 1% de dedicação. Eu tenho essa vontade. Vocês serão para mim os porta-vozes com os colegas para levantar mais problemas e soluções factíveis, realizáveis, sem milagres”, ponderou o secretário reafirmando a parceria.