O Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta segunda-feira, 21, visa chamar a atenção para a luta de familiares e amigos pelos direitos iguais e pela inclusão dos portadores de Down na sociedade. Para comemorar a data, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do Tocantins preparou uma programação diversificada em todo o Estado.
Em Palmas, acontecem várias apresentações de dança durante todo o dia e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que é uma instituição parceira da Associação, foi uma das escolhidas. Servidores e amigos prestigiaram a emocionante apresentação feita nesta segunda-feira, na sede da secretaria.
“Queremos demonstrar um pouco do potencial dos nossos alunos, potencial que é desenvolvido através da arte, da dança, de oficinas. É preciso que os gestores consigam enxergar a necessidade especial de cada criança” destacou a presidente estadual da federação das Apaes, Marciane Machado Silva, informando, ainda, que no Tocantins são 6 mil pessoas atendidas nas Apaes e mais de 54 unidades espalhadas pelo Estado.
“A ideia é demonstrar o potencial, eles aprendem, dançam, apresentam e as pessoas precisam conhecer esse trabalho. Vamos passar em outras instituições e todas as Apaes do Estado têm uma programação diversificada. Trabalhamos com a inclusão social e é necessário que se faça esse processo de inclusão das pessoas com deficiência”, reforçou.
Marden Pereira Cavalcante tem 28 anos e é aluno da Apae de Palmas. A Síndrome de Down não o impediu de ser fotógrafo e dançarino profissional. Há 5 anos, Marden se formou no curso de fotografia e durante a apresentação desta segunda, além de dançar, se mostrou atento e focado para não perder um só detalhe. Isso porque ele era o responsável pela produção do vídeo da demonstração artística. “Hoje é um dia especial pra mim mesmo. Eu gosto desse dia. Eu quero que as pessoas me respeitem e às vezes não sinto que as pessoas me respeitam”, disse.
O próximo curso que Marden irá fazer já está escolhido, é o de gastronomia. Ele disse que gosta da profissão e quer atuar na área. “Quero muito aprender, porque é o sonho da minha vida. Eu amei todos os cursos que fiz e agradeço a meus professores que me ajudaram muito”, reforçou.
A professora de artes da Apae de Palmas, Marizeth do Nascimento Barbosa, disse que o que os alunos mais gostam e se identificam é a dança. “O que eles mais gostam de fazer é dançar, participar de eventos e cantar. Eles apresentam muito fora da instituição, somos bastante solicitados para apresentar. Temos alunos maravilhosos que antes não socializavam e não interagiam e hoje são muito empenhados e comprometidos”, afirmou.
Sobre o Dia Internacional da Síndrome de Donw, a professora reiterou que é um dia de luta e que eles esperam respeito da sociedade. “Um dia muito produtivo onde a sociedade encara com mais seriedade e respeito” pontuou.
A servidora da Secretaria de Estado da Saúde, Mízia Saldanha, elogiou a apresentação emocionante e destacou a importância de comemorar essa data. “É um dia de inclusão que devemos fazer com que eles estejam perto de nós, não negar a existência e amar, porque eles conseguem nos emocionar. É uma emoção grande, é vida, é olhar, é abraço, é uma interação muito grande. A participação deles foi fenomenal e mexeu com todo mundo”, disse.
Tratamento físico e intelectual
Além do trabalho das Apaes, no Tocantins existem três Centros de Reabilitação (CER) que garantem o atendimento físico e intelectual dos pacientes que são portadores da síndrome: em Palmas, Porto Nacional, Araguaina e Colinas. Destes, os centros de Palmas e Colinas fazem o tratamento intelectual.
A equipe mutiprofisisonal do CER Palmas é composta por enfermeiro, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, neurologista, ortopedista, pediatra e clínica geral.
De acordo com a fisioterapeuta do CER II - Palmas, Ana Lúcia, para o paciente chegar centro ele precisa ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde, que enviará a solicitação à regulação do município e esta agendará junto a regulação do Estado o atendimento no CER. “Este paciente passará por uma espécie de triagem chamada de avaliação multidisciplinar, que avaliará se o paciente é para o CER. Se não se encaixa no perfil do CER II-Palmas será encaminhado através de contra-referência ao município de origem ou outro serviço que seja referência ao caso”, informou.
Os pacientes portadores de Síndrome de Down necessitam de estimulação precoce, que deve ser iniciada o mais breve possível. No CER, ele poderá ficar até os três anos que é a idade preconizada pelo Ministério da Saúde (MS).
